A Anvisa anunciou que 604 farmácias de manipulação estão autorizadas a produzir etanol farmacêutico, utilizado como antídoto em situações de intoxicação. O aumento dos casos de intoxicação por bebidas adulteradas levou autoridades de diferentes estados a intensificar ações de combate. Até o momento, são 217 casos investigados em 14 estados, com 14 confirmações e 12 mortes relacionadas.
Diante desse cenário, o governo se mobiliza para enfrentar a crise de forma mais eficiente.
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As operações de fiscalização também foram ampliadas em bares e pontos de venda. Somente na capital paulista, cerca de 50 mil garrafas suspeitas de adulteração já foram apreendidas.
As ações envolvem a participação da Polícia Civil, Ministério Público e órgãos de vigilância sanitária. O objetivo é impedir que bebidas adulteradas cheguem aos consumidores e, assim, reduzir o número de intoxicações.

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As investigações apontam adulteração intencional e organizada. Equipes policiais rastreiam rotas de distribuição, buscam identificar os responsáveis e desarticular possíveis esquemas de produção clandestina.
O Ministério da Justiça reforçou a importância da colaboração popular. Denúncias sobre estabelecimentos que comercializam bebidas suspeitas são consideradas fundamentais para orientar operações e aumentar a eficácia da fiscalização.
O setor de bares e restaurantes já sente os reflexos da crise e adota medidas mais rígidas na escolha de fornecedores e na conferência de rótulos. Especialistas recomendam que os consumidores também redobrem a atenção, evitando produtos sem procedência confiável ou com preços muito abaixo do mercado.
A decisão da Anvisa de habilitar farmácias para a produção de etanol farmacêutico evidencia a relevância do setor em situações de emergência. O portal Saúde Business, especializado em notícias de saúde, acompanha de perto essas movimentações e seus impactos no sistema nacional.
Metanol e os riscos para a saúde- Anvisa
O metanol é uma substância altamente tóxica, usada em processos industriais e que, de forma ilegal, vem sendo adicionada a bebidas alcoólicas. Seu consumo representa grave ameaça à saúde, já que pequenas quantidades podem causar danos irreversíveis e até a morte.
Entre os primeiros sintomas estão náuseas, dor abdominal, tontura, dor de cabeça e fraqueza. Com a evolução do quadro, podem surgir dificuldade para respirar, confusão mental e alterações na visão, que pode chegar à cegueira permanente.
O tratamento deve ser iniciado imediatamente, pois o organismo transforma o metanol em compostos que acidificam o sangue. O protocolo inclui a administração de antídotos específicos, correção do desequilíbrio metabólico e, em casos graves, hemodiálise para eliminar a substância.
Especialistas destacam que a rapidez no diagnóstico é decisiva para salvar vidas. Muitos pacientes chegam aos hospitais em estado avançado, o que reduz as chances de recuperação total, principalmente no que diz respeito à visão.
A principal orientação dos profissionais de saúde é a prevenção. Isso significa evitar bebidas de origem duvidosa, denunciar estabelecimentos suspeitos e, diante de qualquer sintoma, procurar atendimento médico imediato.