Fechamento da rua problemática continua ‘rendendo’ em Nova Odessa
Via próxima da Câmara Municipal divide opiniões, inclusive de vereadores, e foi fechada em definitivo
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A abertura e fechamento da Rua Neusa Guedes Rodrigues continua motivando muita discussão em Nova Odessa. Há alguns dias a Prefeitura fez a colocação de diversos tubos de concreto, uma vez que as placas de proibição de trânsito eram retiradas por motoristas que continuavam utilizando o local. Com isso, a via se tornou inacessível para automóveis e veículos maiores.
O assunto voltou a ser discutido na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (3). Ficou claro que o assunto divide opiniões até mesmo dos vereadores, que adotam ações e estratégias diferentes com relação ao assunto.
A rua margeia o Condomínio Residencial Imigrantes e interliga a Avenida João Pessoa à Avenida Eddy de Freitas Crissiúma, sendo proporcionada com o prolongamento de vias iniciado em 2015 e que gerou um precatório de R$ 6 milhões pagos este ano pela Prefeitura.
Como não há pavimento asfáltico, apenas pedregulhos, a via começou a ser utilizada como uma espécie de atalho e gerou reclamação de moradores do condomínio, devido à poeira levanta pelos veículos. Segundo informações da PMNO, asfaltar a Rua Neusa Guedes custaria aproximadamente R$ 300 mil.
Conforme novas edificações foram construídas nas proximidades, o assunto voltou à tona. Atualmente, além da sede da Câmara Municipal e de uma academia, existe também uma academia, uma escola infantil e uma igreja. Ou seja, a demanda aumentou e a necessidade de pavimentação também.

Tranca rua
A vereadora Márcia Rebeschini (União) tem defendido a interdição da via e a reabertura somente quando houver toda a estrutura necessária – pavimento asfáltico, sinalização de solo, iluminação pública, guias e sarjetas. A parlamentar cita a ocorrência de acidentes na saída para a Avenida Eddy de Freitas Crissiúma, entre o condomínio e o Supermercado São Vicente.
No entanto, ela revelou estar sendo criticada por isso. “Podem me taxar de ‘Márcia tranca rua’. Eu sei que estão falando de mim, mas não tem problema”, ironizou. De acordo com ela, moradores do condomínio têm o direito de reclamar pela rua não ser asfaltada e levantar poeira. “São pagadores de impostos também”, argumenta.
Segundo Márcia, é uma situação ‘lamentável’. “Infelizmente as condições da rua não permitem passar carros ainda”, explica. “Na verdade tudo começou errado”, emenda a vereadora, citando desde o processo de desapropriação de anos atrás, resultando no precatório milionário.
“O número (de acidentes) é altíssimo e levou o Setor de Trânsito a fechar essa rua”, reforçou. “Queremos que todos usem (a rua) com segurança, incluindo pedestres e motoristas. “É uma via que, hoje, não tem condições de uso”, finaliza.


Caos no trânsito
Por sua vez, o vereador Paulo Bichof (Podemos) afirma ser necessária toda uma engenharia para o local. “O trânsito em Nova Odessa precisa ser repensado. Está um caos e não é só aqui (ao lado da Câmara)”, ponderou. “O pessoal da igreja precisa, o pessoal da academia precisa. Todo mundo”, reitera.
O parlamentar sugere a mudança de sentido em ruas próximas e a implantação de rotatória, ações para melhorar o trânsito no entorno da rua, principalmente na entrada e saída de moradores e visitantes do condomínio próximo. “As placas que estavam lá, quebraram. Passaram por cima”, lamentou.
Segundo Bichof, até o momento a Prefeitura tem desperdiçado ‘tempo e dinheiro’ em colocar as placas e agora os tubos. “Não dá pra esperar anos pra fazer toda a estrutura que a rua precisa. De momento é possível fazer algumas melhorias de investimento baixo pra aliviar”, completa.

Respeito
Por fim, o vereador e presidente da Câmara, Oséias Jorge (PSD), subiu o tom da discussão. “Faltou um pouco mais de conversa e até respeito dos colegas”, disparou. “Um vereador ajudou a arrumar e outro veio e fechou. Começou a brigar entre a gente mesmo”, criticou.
Oséias lembra que houve debate na Câmara. “E não resolveu nada. Quem perdeu? a população”, apontou. “Os moradores do condomínio têm os seus direitos. Mas deveria ter mais conversa. Ficou parecendo que os ricos venceram e os pobres perderam”, lamentou.
Junto de Lico Rodrigues (PSD) e Marcelo Maito (União), o presidente havia conversado com o prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD). “Falamos pra ele: não fecha. Vai com a solução”, detalhou Oséias. Ele cobrou inclusive “respeito” dos colegas da base governista, no sentido de conversar para articular uma solução conjunta.
Ele ainda menciona que está em andamento a obra de construção de outro condomínio, desta vez de apartamentos, margeando o mesmo muro do Imigrantes. Por último, Oséias Jorge questiona se a movimentação dos caminhões e máquinas do empreendimento não estaria ocasionando impacto aos moradores vizinhos.
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