O guitarrista espanhol Paco de Lucía morreu na última madrugada, aos 66 anos. O músico sofreu um enfarte cardíaco enquanto se encontrava numa praia, no México, de acordo com a imprensa espanhola.
Nascido a 21 de Dezembro de 1947, em Algeciras, Francisco Sánchez Gómez fez carreira como compositor, produtor e guitarrista, notabilizando-se como um dos principais intérpretes do flamenco, género que tentou reinventar e renovar.
“Não tenho medo que se perca a essência do flamenco”, declarou em Agosto de 2004, depois de receber o Prémio Príncipe das Astúrias, distinção maior das artes e da cultura em Espanha. Foi, segundo diz o jornal El País, um “revolucionário da guitarra”, alguém que se converteu numa referência mundial.
Começou a subir aos palcos ainda em tenra idade, aos 12 anos, na terra natal. O sucesso comercial chegaria na década de 1970, com uma rumba, Entre dos aguas.
“Um guitarrista tem de ter mais do que ritmo, tem de ter ar. Ar é fundamental”, declarou na mesma entrevista de 2004, quando o seu país lhe outorgou o prémio Príncipe das Astúrias. Paco de Lucía tinha esse horizonte largo: mesclou o flamenco com jazz, com bossa nova, com blues, com outros géneros musicais que atravessam o mundo e o planeta como ele atravessou. Fez múltiplas digressões mundiais e depois de viver alguns anos no México, voltaria a fixar-se em Espanha. 
A sua morte foi anunciada pela câmara de Algeciras. Na altura, encontrava-se em Cancun, no México, onde tinha casa. Estava numa praia quando subitamente se sentiu indisposto. 
Era filho do guitarrista de flamenco Antonio Sanchez e de Lucía Goméz “La Portuguesa”, assim denominada por ter origens portuguesas. Irmão do guitarrista de flamenco, Ramon, e do cantor de flamenco, Pepe, viria a ser o membro da familia que ganhou maior projecção. Para além da sua forma de tocar singular, viria a tornar-se muito conhecido pelas muitas colaborações que foi encetando ao longo dos anos.