Dados da Boa Vista SCPC mostram que, em 2015, as vendas do comércio brasileiro no Dia das Mães recuaram 1,2% quando comparadas a 2014. ?? o primeiro recuo das vendas para a data desde 2008, quando o indicador foi criado, e provavelmente o pior desempenho para o período desde 1990, quando a economia sofria os impactos do bloqueio da poupança promovido pelo Plano Collor.

Em faturamento, o recuo representa uma perda de R$ 7 bilhões em relação ao ano passado, de acordo com levantamento da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Para a apuração do faturamento, foram consideradas não apenas as consultas à Boa Vista SCPC (aproximação para o número de vendas), mas também a queda do valor médio do presente – de R$ 65 para R$ 57 entre 2014 e 2015, segundo sondagem elaborada pela FecomercioSP. Ante recuos das vendas e do valor do presente, estima-se que a queda do faturamento real do comércio brasileiro no período possa ter chegado a 19%.
O resultado apenas confirma o cenário já antecipado pelas Entidades. A inflação elevada, os juros altos e a piora no mercado de trabalho derrubaram a confiança do consumidor para o menor nível em 12 anos. A menor confiança vem se traduzindo em um comportamento mais cauteloso por parte do consumidor, que compra menos e evita novas dívidas.
No Dia das Mães, isso levou não só a um recuo das vendas, mas a uma expressiva queda do valor médio dos presentes e, consequentemente, do faturamento do comércio.
Shoppings
Apesar do forte fluxo de pessoas nos shoppings às vésperas do Dia das Mães, a data foi decepcionante para o setor. Dados da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) apontam que este foi o Dia das Mães de pior desempenho em sete anos.
Os cálculos são de um crescimento real (já descontada a inflação) das vendas entre 0,5% e 1% na comparação com 2014, segundo Nabil Sahyoun, presidente da entidade, que reúne mais de 100 mil lojistas de 800 shoppings.