Fim de novela. Depois de sucessivas crises a Tabacow S.A., uma das mais renomadas indústrias de tapetes do Brasil, anunciou hoje (25) em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis e seus 39 funcionários, o encerramento das atividades. O desfecho é o resultado de um enredo que inclui sucessivas troca de gestores, administrações equivocadas e empreendedores sem potencial para reerguer a empresa, que já foi líder nacional na produção de tapetes e carpetes.
Os 39 funcionários que oscilavam entre trabalhar alguns dias e ficar outros tantos em casa, não receberão as verbas rescisórias no ato da homologação. ???Vamos fazer as homologações para que possam sacar o FGTS que estiver depositado e dar entrada no Seguro Desemprego. Muitos nem FGTS depositado tem, pois a empresa não faz o recolhimento há mais de 8 anos???, explicou o Diretor Secretário do Sindicato, Domingos da Silva Ramos.
Na reunião a direção da empresa garantiu que vai pagar as verbas rescisórias em parcelas que correspondam mensalmente ao valor aproximado do salário do trabalhador. O advogado do Sindicato, Paulo Pasquini, informou que o acordo de parcelamento das rescisões será feito na Justiça do Trabalho e, que já existe uma ação de arresto dos bens da indústria, com audiência marcada para novembro. ???Nós, do Sindicato, temos que respeitar as leis e cobrar a empresa dentro da legalidade. Não há outro forma de se proceder que não seja respeitando a lei e agindo dentro dela???, ponderou o advogado.
TabacowOcupando um salão de 70 mil metros quadrados às margens da Via Anhanguera (quando a própria direção da empresa diz que precisava de apenas 8 mil metros), a crise da Tabacow começou há mais de 10 anos. Em agosto de 2013 um novo gestor assumiu a empresa, vindo de uma pequena e problemática indústria (a Inovare). Na ocasião a Tabacow ainda contava com 130 funcionários. O projeto de recuperação não vingou. Meses depois a empresa entrou com pedido de recuperação judicial e, mesmo assim, não se reequilibrou. Sem energia, sem matéria prima e sem capacidade de renegociar suas dívidas, deixava os trabalhadores em casa por vários dias. Quando recebia algum pedido, chamava-os de volta, alugava gerador e produzia o material pedido. Durante todo o período os trabalhadores foram orientados pelo Sindicato a realizar a rescisão indireta do contrato de trabalho, mas preferiram esperar o fim da novela.