(Reuters) – O dólar desabou mais de mais de 2 por cento e fechou abaixo de 3,40 reais pela primeira vez em quase um ano nesta quarta-feira, com operadores apostando que o Banco Central deve ser menos propenso a intervir no câmbio sob Ilan Goldfajn e acompanhando o ambiente externo favorável.
O dólar recuou 2,29 por cento, a 3,3697 reais na venda, menor nível de fechamento desde 29 de julho de 2015 (3,3293 reais) e acumulando queda de 6,72 por cento no mês. No ano, a moeda norte-americana já perdeu 14,65 por cento.
O dólar futuro cedia cerca de 2,15 por cento no fim da tarde.
“Muita gente no mercado via um piso nos 3,50 reais e as declarações do Ilan contrariaram essa tese”, disse o operador da corretora Ativa Arlindo Sá. “Aí o real veio com tudo, embalado também pelo cenário externo positivo”.
Ilan defendeu na véspera o “respeito ao regime de câmbio flutuante” em audiência no Senado e a declaração serviu de gatilho para o ajuste no mercado de câmbio. Sua indicação à presidência do BC foi aprovada na terça-feira pelo Senado e vai assumir a presidência do BC nos próximos dias.
Sá disse que há espaço para o dólar recuar ainda mais, mas preferiu não precisar patamares. Esse movimento depende, porém, de trégua no cenário político, em meio a escândalos que vêm alimentando preocupações com a capacidade do governo interino de Michel Temer de bancar medidas de austeridade no Congresso Nacional.
“Tem muita água para rolar ainda. O jogo só acaba quando termina”, afirmou.