“Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice.”Platão
Foram infinitas ás vezes que, quando criança , me deparei com cadernos em branco na escola da vida em que a felicidade não me custava nada. A pouco viajava no tempo que, despossuido de qualquer responsabilidades, caminhavamos eu e meus irnmãos pelos campos sem dono, num imenso vazio, sem nenhuma cerca e sem quaisquer outros impedimentos. Nunca tivemos tamanha liberdade, sem preocupação com as horas que nos escraviza ou mesmo com o que teriamos para comer. Viver naquela época era tão simples, como simples eram nossos pertences e vestimentas. Meus pais possuia a título de favor uma área que nos fora cedida por um benfeitor, cerca de três campos de futebol, para que pudessemos plantar ou criar algumas galinhas e alguns porcos. O bom disso era que ninguém se incomodava com tais proezas, visto que eles também – os vizinhos – tinham lá seus proveitos com nossa rocinha. Trocava-se de tudo um pouco, muito mais do que vendia. Meu pai era um comerciante nato, descendente de Libaneses, era homem dos mútiplos negócios e com sua astúcia e sagacidade não deixava faltar nada em nossa casa. Minha mãe, filha de mineira das antigas, possuia uma firmeza exemplar, bem como, um chicote para cada ocasião em que nos metiamos em encrenca. Quando faziamos algo de errado, ela calmamente esperava tomarmos banho, jantar e quando era chegado a hora de deitar, esramos colocados a prumo com uma “surra” danada que, no dia seguinte, ficava no mais profundo esquecimento. Mas como,”pé de galinha não mata pinto”, todos nós sobrevivemos fortes e com uma saúde de ferro. Entretanto, o que mais me emociona é a lembrança de como um pai de família pobre,dez filhos, pagando aluguel e tudo mais que pagamos nos dias de hoje, pode nos proporcionar a educação necessária para todos nós. Incrível, mas chegavamos a trocar com os irmãos o uniforme para frequentar a escola e de lá absorver todo ensinamento capaz de nos mostrar caminhos e oportunidades para que pudesemos exercer nosso sagrado direito de escolha. Mas, tudo começa em nossa casa! De lá veio o exemplo, e consequente compreensão do que nos esperava lá fora, no mundo das diferenças, das desigualdades, das injustiças…Porém, hoje cinquentão, não me detenho mais no passado em que nossos pais se atiravam em dificuldades indizíveis para que fossemos homem dignos e honrados. Me volto a educação formal de responsabilidade do Estado, do governo em todas as estâncias de nosso país. ?? inconcebível você ler nos jornais ou ver na TV que este ou aquele dirigente – leia-se político -, está fechando ou sucateando escolas que por conseguinte, destrói sonhos, expectativas e o futuro das nossas crianças e da nossa juventude. Nos tempos de hoje, nas cidades de agora, a escola não reflete mais as dificuldades e o sofrimento que viviamos em nossa infância, hoje os problemas da educação e da constituição da familia é mesclada com facilidades que, longe do sucesso e das conquistas proporcionado pelo conhecimento, aproxima nossas crianças a degradação moral e cívica pois, é patente a ausência do órgão protetor: o Estado. Assim, conclamo todas as pessoas a se rebelarem contra atos que restringem, diminuem ou afetam diretamente ou idiretamente a educação em nosso país. Não há comparação capaz de demonstrar que um povo, sem educação e sem conhecimento é um povo sem memória, sem história e sem Pátria. Há, infelizmente a nossa escola não ensina-nos a lutar, essa tarefa é própria do mundo; quiça um dia poderemos apreender isso na sala de aula. Então vamos á luta, pois na escola da vida todos somos aprendizes!
PAULO CESAR CASSIN