No Dia Internacional da Mulher entendemos que deva-se refletir mais que comemorar. Para sair do lugar comum que é comentar o fato da mulher trabalhar mais e ser menos remunerada que os homens à proporção de 30%, vamos falar de um dado assustador e que parece manter-se intocável ano após ano: a violência contra a mulher.
Dados estatísticos mostram que uma em cada 3 mulheres no mundo já sofreu com algum tipo de abuso sexual, entendendo-o desde o abuso físico até o emocional, amplamente verificado quando o homem ???mexe??? com uma mulher na rua, tratando-a como objeto de consumo. Os dados numéricos se tornam mais assustadores quando observamos que o Brasil está entre os cinco países do mundo onde mais se mata mulheres.
Esta tradição de abuso e violência precisa ser brecada. O Brasil, onde o Governo tanto alardeia avanços, é precário na prevenção, atenção e punição aos crimes contra a mulher. Quantas vezes, violências denunciadas não são prevenidas pelas autoridades e crimes bárbaros acabam acontecendo? Quantas vezes a mulher agredida de alguma forma, cala-se por questões culturais e por temer procurar as ditas autoridades, onde de vítima passa a acusada? E quando há crimes consumados, as punições são brandas! Existe até um Projeto de Lei tramitando na Câmara Federal, que reduz a pena para estupro de vulnerável, se não houver conjunção carnal! ?? demais para aceitarmos!
?? preciso uma profunda reflexão sobre toda esta problemática. ?? preciso que se entenda que a mulher precisa de um amparo especial e que os governos em seus diferentes níveis saiam do discurso e passem a práticas que possibilitem uma reversão do quadro, permitindo que o dia 8 de março tenha motivos para ser comemorado.
Antonio MartinsPresidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Americana