Cerca de 850 toneladas de materiais recicláveis são recolhidas mensalmente no município de Americana. Programas de sensibilização, educação ambiental e conscientização da população incentivam a prática da separação dos materiais recicláveis do lixo comum e ajudam a reforçar o trabalho na cidade e contribuir para a diminuição do volume de resíduos ao aterro sanitário, beneficiando e preservando o meio ambiente.

O serviço de Coleta Seletiva da Prefeitura de Americana recolhe uma média de 100 toneladas de materiais recicláveis por mês, com a abrangência em todas as regiões da cidade. Além da coleta seletiva realizada nas residências, a ação envolve 30 condomínios parceiros, 31 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), nove ecopontos disponíveis para a população, apoio da Cooperlírios – Cooperativa de Recicláveis, e a importante atuação dos catadores, que recolhem, mensalmente, uma média de 750 toneladas de materiais coletados em diversas regiões da cidade.

Na avaliação da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (Sosu), o município possui um Programa de Coleta Seletiva eficaz, com resultados positivos, sendo referência para outras cidades. “A coleta seletiva realizada pela prefeitura, o trabalho executado pelos catadores informais, as parcerias firmadas e ações conjuntas com a Secretaria de Meio Ambiente, entre outros apoios, são fundamentais para o avanço e a implementação de ações. Com o trabalho de divulgação, sensibilização, educação ambiental e conscientização, a população participa cada vez mais, proporcionando benefícios a todos, principalmente ao meio ambiente”, disse o secretário da Sosu, Adriano Alvarenga Camargo Neves.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), cada brasileiro produz em média 379,2 quilos de lixo por ano, o que corresponde a mais de um quilo por dia. Em Americana, cada munícipe produziu e enviou para o aterro sanitário 254,5 quilos no ano de 2021, equivalente a 0,697 gramas de lixo por dia, de acordo com dados do Programa de Coleta Seletiva da Sosu.

“Esta diferença da média no Brasil e de Americana refere-se à conscientização da população, que recicla muito. O lixo destinado ao aterro vem diminuindo. Em 2018, cada americanense produziu ou enviou para o aterro 262 quilos de lixo, por exemplo. Esperamos melhorar ainda mais”, disse o responsável pelo Programa de Coleta Seletiva de Materiais Recicláveis, Eurípedes Fante Raymundo.

De todo o lixo produzido no Brasil, 30% teria potencial para ser reciclado, porém apenas 3,5% deste total é efetivamente reciclado, de acordo com informações ABRELPE. “Americana gera e destina para o aterro sanitário cerca de 5.200 toneladas de lixo ao mês. Se não fosse a coleta de recicláveis seriam 850 toneladas a mais que iriam ao aterro, mas vão para o ciclo da reciclagem. As 850 toneladas equivalem a 16%, ou seja, enquanto a média brasileira é de 3,5%  Americana recicla 16% ou quase cinco vezes mais”, explica Eurípedes.

Atualmente, o serviço de coleta seletiva da prefeitura conta com seis caminhões, 18 coletores, cinco motoristas e um balanceiro.  A coleta é

realizada de segunda a quinta-feira, das 6h30 às 10h, e de sexta-feira, sábado e feriado, das 6h30 às 10h. Para participar do programa o morador deve fazer o cadastro através da Central de Atendimento Digital ou pelo telefone (19) 3475-9024 (SAC). O morador receberá em sua residência uma sacola retornável e informações sobre o programa.

Participação da população

De acordo com o Programa de Coleta Seletiva da prefeitura, também é possível avaliar a participação e empenho da população de Americana quanto à separação dos materiais recicláveis. Ao analisar a destinação do lixo domiciliar no período de 2012 a 2021, considerando que no ano de 2012 o município de Americana tinha uma população de 214.873 habitantes e hoje são 244.730 habitantes, o lixo destinado para o aterro anualmente continua quase inalterado. Em 2013, por exemplo, foi destinado para o aterro 64.428 toneladas e, em 2021, foram 62.206 toneladas, uma diminuição importante, pois a cada ano a população se conscientiza e separa mais os materiais recicláveis.

ANO   POPULAÇÃO          TONELADAS

2012   214.873         60.442

2013   224.551         64.428

2014   226.970         61.561

2015   229.322         63.435

2016   231.621         60.949

2017   233.868         61.128

2018   237.112         62.339

2019   239.597         62.740

2020   242.018         63.055

2021   244.730         62.206

Incentivo e conscientização

Existem ações de divulgação para incentivar e melhorar a participação no Programa de Coleta Seletiva, visando conscientizar a população e melhorar a separação dos materiais recicláveis. Muitos dos materiais que a população separa para a coleta seletiva não são recicláveis, como roupa, bolsa, tecido, madeira, espuma, travesseiro, chinelo, cama de pets, cortina, tapete, fralda, porcelana, entre outros.

Os materiais que podem ser separados do lixo comum e encaminhados para a coleta seletiva são: papel (jornais, revistas, cadernos, caixas de papel, papelão, papel de embrulho); plástico (garrafas plásticas, brinquedos, potes, frascos de produtos, bacias, plástico mole, plástico transparente, sacolas de supermercado; vidro (potes de conservas, vidros de remédio, garrafas; metal ferroso (latas de conserva, chapas, lata de tinta, latas de aerossol; metal não ferroso (alumínio, latinhas, panelas, cobre, torneiras; tetra pak (caixas de leite, caixas de suco, achocolatado.

Quando a separação é realizada corretamente, o trabalho de triagem e separação dos materiais feito pelos cooperados é agilizado, possibilitando

o aumento da produtividade. Também é possível ter um ganho energético e sustentável, pois os resíduos não recicláveis aumentam o peso da carga e assim causam um consumo maior de combustível e desgaste do caminhão, ou seja, transporta-se um tipo de resíduo que não deveria estar na carga.

Outra ação ambientalmente correta é a diminuição da área de cada resíduo. Uma garrafa tipo pet abrange uma área (geometria espacial), se ela for enrolada ou amassada observa-se que diminuirá o espaço físico, isso poderá ser realizado com as caixas de leite, suco, papelão e latas de alumínio.

Ações simples visam diminuir o volume e peso da carga como, por exemplo: se uma carga do caminhão de coleta seletiva com mil quilos ocupa todo o caminhão, com os recipientes devidamente amassados, poderá o mesmo transportar até 1,5 mil quilos. O objetivo é otimizar a carga tendo um ganho energético ambiental, pois o mesmo caminhão poderá diminuir de duas para uma viagem com destino à cooperativa e também irá facilitar o trabalho dos cooperados, pois vários recipientes já estarão no estado de prensados e assim otimizar o tempo dos cooperados e economizar energia na prensagem mecânica.

Destinação correta

A maioria da população é consciente sobre o descarte correto dos materiais, mas ainda é preciso muita informação para o descarte correto. Se for feito de maneira incorreta, pode causar risco de contaminação e ameaça à saúde pública. Ao separar os recicláveis, algumas pessoas colocam junto ampolas, agulhas, os quais podem ferir e até contaminar os cooperados, além fraldas descartáveis com fezes e lixo orgânico, um erro por falta de informação ou de com os coletores e cooperados.

O município busca incentivar ainda mais condomínios a aderirem ao Programa de Coleta Seletiva da prefeitura, por ser um projeto social de geração de emprego e renda com mais qualidade, pois quanto mais a cooperativa separa os recicláveis é possível agregar valor e vender sem atravessadores ou vender direto para empresas recicladoras.

O descarte nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) também requer orientações e cuidados. São pontos de coleta exclusivos para recicláveis. É proibido descartar resíduos que não são recicláveis, como pneus, madeira, tecidos, entre outros. Além disso, os materiais não devem ser colocados no entorno do PEV e sim em seu interior para que não haja transtornos na via. A população deve perceber que o PEV é um símbolo da coleta seletiva, da preservação do meio ambiente.