A deputada estadual Ana Perugini (PT), vice-presidenta da Comissão
de Defesa dos Direitos das Mulheres da Assembleia Legislativa de São Paulo, denunciou crimes de misoginia, violência política e institucional que têm sido cometidos contra vereadoras em municípios do interior do estado. A declaração foi feita na tarde de quarta-feira (10), durante pronunciamento na tribuna do parlamento paulista.
Ana Perugini iniciou sua fala no plenário relatando a ameaça de morte feita, no início da semana, contra a legisladora Duda Hidalgo (PT), de Ribeirão Preto. Vereadora mais jovem e primeira da comunidade LGBTQIA+ eleita no município, Duda recebeu mensagens em seu e-mail institucional com ameaças à sua vida e à de seus pais.
Não foi a primeira vez que a vereadora de 23 anos foi alvo de ameaças, desde que se candidatou a uma das 22 cadeiras na Câmara de Ribeirão Preto
Outro ato de violência citado pela parlamentar teve como alvo a vereadora Esther Moraes (PL), de Santa Bárbara d’Oeste. Quando se manifestava sobre um projeto, a parlamentar de 24 anos teve o microfone cortado pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Monaro (MDB), durante a sessão extraordinária do último dia 3 de maio.
A parlamentar só conseguiu concluir sua fala após intervenção do líder do seu partido, que “pediu por favor” ao presidente da Casa para que reabrisse seu microfone.
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“Além dessa violência, nós estamos enfrentando também a violência institucional, já que há registro de arquivamento da representação pelo Ministério Público, sem que a vereadora fosse ouvida. Nós vamos levar para a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, para a Procuradoria da Mulher, vamos recorrer novamente ao Ministério Público”, disse Ana.
Para a vice-presidenta da Comissão da Mulher, ambos os casos caracterizam misoginia e violência política de gênero e precisam ser combatidos. “Nós temos que, terminantemente, acabar com essa violência que quer calar as mulheres e reduzir nosso papel na sociedade, o que não vamos aceitar, já que não se trata de uma violência contra a mulher ou contra as mulheres, mas contra a democracia e a emancipação do nosso país”, concluiu a deputada.
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