Foto: Azul Celeste
Na tarde desta sexta feira, patrulheiros da Gama prenderam o costureiro Próspero da Silva, 39, que mora ilegalmente no Brasil há sete anos. Silva é imigrante angolano. O angolano tinha um documento frânces falso e R$ 33.550 que seriam usados para falsificação.
Foto: Azul Celeste
A Gama foi acionada por um funcionário do Hospital Municipal por volta das 13h30, que dizia ter visto um homem deixar uma maleta térmica dentro do laboratório do hospital e abandonado o local. Os guardas César e Edvânia atenderam a ocorrência, pegaram o material e constataram haver uma grande soma de dinheiro no local, além de outros materiais como papel alumínio, um pó branco que depois foi constatado tratar-se apenas de talco, e um fato que chamou a atenção dos patrulheiros:
entre cada nota de R$ 100 havia um papel em branco recortado exatamente do tamanho da cédula.
Enquanto o material era levado pelos GCMs ao 3º DP, a segurança do hospital voltou a entrar em contato com a Gama avisando que o mesmo indivíduo havia retornado e procurava pela caixa. Os guardas Nicoletti e Trindade foram ao local e abordaram o angolano, que estava acompanhado da vítima, o técnico em manutenção Kleber Eduardo Campos, de 32 anos, e uma amiga sua. Todos foram encaminhados ao 3º Distrito com o apoio do subinspetor Augusto e dos GCMs Siderley e Moreira. Suspeito e possível vítima tiveram de prestar esclarecimentos ao delegado Luis Carlos Gazarini, que registrou a ocorrência como Estelionato Consumado.
Em seu depoimento, Kleber disse que foi abordado em sua loja por Próspero ainda no início da semana, e que o africano havia proposto um negócio que iria dobrar seus rendimentos. No dia seguinte, Silva retornou ao estabelecimento para mostrar mais detalhadamente como funcionaria a falsificação, e pedia R$ 500 mil para fechar negócio. ???Funcionava assim: o suspeito pedia R$ 50 mil e dizia transformá-los em R$ 150 mil. No acordo, ele ficava com os R$ 50 mil propostos e entregaria à vítima os outros R$ 100 mil falsificados???, explicou o subinspetor Augusto, da Gama. Kleber, no entanto, disse ter apenas R$ 10 mil, e Próspero se recusou a fechar negócio. Depois, o técnico em manutenção conseguiu os R$ 33 mil e Silva aceitou.
Na casa de Kleber, em Santa Bárbara d???Oeste, Próspero iniciou os procedimentos de falsificação, e o material teria de ficar pressionado por 24 horas. ???O dinheiro falso ficou debaixo de um botijão de gás na casa da vítima, e o golpista ficou com as notas verdadeiras???, seguiu Augusto. Depois, o angolano disse à vítima que precisava ir ao Hospital Municipal e foi acompanhado por ela. O africano então entrou no setor de laboratórios e deixou a maleta com o dinheiro, voltou e disse a Kleber que seria necessário esperar alguns minutos até que ele retirasse o dinheiro ???dobrado???. ???Ele ia dar um jeito de despistar a vítima, voltar ao hospital, pegar o dinheiro e fugir. Ele só não conseguiu porque quando voltou uma equipe da Gama já havia pego a maleta e levado ao distrito policial???, apontou o subinspetor. Minutos depois, foi preso pelos guardas e Kleber foi arrolado como vítima. A falsificação feita na casa de Campos não deu certo: enquanto a ocorrência era registrada, chegou o pacote com as notas falsas que somariam R$ 68 mil ??? todas pretas, sem identificação alguma.O angolano foi transferido à Cadeia Pública de Sumaré e no início da próxima semana ele deverá ser apresentado a um juiz da Vara Federal de Americana para decidir seu destino. Por ser imigrante ilegal, ele pode inclusive ser deportado.