A escolha do método anticoncepcional é tão importante

 

que deve ser feita com muita atenção, avaliando prós e contras. Não basta seguir a indicação da melhor amiga ou seguir no mesmo método que vem funcionando há décadas… atualmente, há diferentes opções no mercado, cada qual com as suas indicações. Mais do que isso, muitos deles agregam benefícios que vão muito além de evitar uma gravidez, que vale a pena que sejam considerados no momento da escolha.

 

Um alerta importante do Dr. Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e médico colaborador de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, são as contraindicações.

 

“Muitos métodos não são indicados para todos os casos. Outros, não serão seguros ou não oferecerão proteção contra uma gravidez indesejada se não utilizados corretamente”.

 

Por este motivo, é sempre muito importante que esta escolha seja realizada com a orientação e acompanhamento de um médico ginecologista. Ele avaliará diversos aspectos da saúde da mulher, hábitos de vida e outras variáveis que fazem muita diferença na escolha do método, como a idade, a existência de doenças crônicas e até mesmo o histórico familiar para algumas condições de saúde importantes.

 

Atenção: lactantes não podem fazer uso de qualquer anticoncepcional. Há métodos específicos para estes casos, que não oferecem riscos ao bebê e nem prejudicam a amamentação.

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DEFINITIVOS OU REVERSÍVEIS

 

Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de várias maneiras, mas todos eles podem ser divididos em dois grupos principais: os definitivos e os reversíveis, explica o Dr. Alexandre.

“Como o próprio nome diz, os definitivos devem ser a opção das mulheres ou casais que não desejam mais ter filhos, pois são métodos cirúrgicos, realizados em pelo menos um dos parceiros”.

 

Entre os métodos reversíveis, estão os de barreira, como a camisinha, os dispositivos intrauterinos (DIU), os hormonais e os de emergência.

 

Confira, a seguir, um pouco mais sobre cada um deles, indicações e outras informações importantes.

 

 

ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS – A PÍLULA

 

Os anticoncepcionais hormonais orais, também chamados de pílulas anticoncepcionais, podem ser utilizados isoladamente ou em associação com outros métodos, como a camisinha, com a finalidade principal de impedir a concepção.

 

São compostos por hormônios sintéticos, semelhantes aos produzidos pelos ovários da mulher, inibindo a ovulação e provocando alterações no endométrio e no muco cervical.

Podem ser divididos entre combinados ou minipílulas. Os combinados são compostos de estrogênio e progestogênio, enquanto as minipílulas são constituídas apenas por progestogênio.

 

No caso dos combinados, afirma o médico ginecologista, há variação com relação às doses e proporção entre os componentes.

 

“São métodos muito eficazes, se usados corretamente. No entanto, precisam ser muito bem indicados e tomados da maneira correta. Em caso de uso incorreto, esquecimento ou dúvidas, o ideal é que seja combinado com a camisinha e um médico seja consultado para orientações”.

 

A orientação médica deve incluir respostas para as seguintes questões:

 

– o que fazer caso esqueça de tomar um dia?

– e se eu não menstruar no intervalo entre as cartelas?

– é preciso tomar o medicamento sempre no mesmo horário?

– em caso de vômito ou diarreia, a eficácia fica comprometida?

– é possível que outros medicamentos reduzam a eficácia do anticoncepcional, ou vice-versa?

 

INJETÁVEIS 

 

Segundo o Dr. Alexandre Rossi, o anticoncepcional hormonal injetável inibe a ovulação e aumenta a viscosidade do muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozóides.

 

“As aplicações são realizadas a cada três meses e o retorno à fertilidade, dependendo dos hormônios presentes na composição do anticoncepcional, podem levar até quatro meses após o término do efeito da última injeção”.

 

Em geral, as mulheres que utilizam este método relatam a ausência de menstruação durante a vigência do efeito ou, em alguns casos, observam apenas pequenos sangramentos irregulares. Podem, no entanto, ocorrer efeitos colaterais, como aumento de peso, dores de cabeça e alterações de humor.

 

 

DIU

 

O DIU – dispositivo intrauterino é um artefato de polietileno, inserido na cavidade uterina com a função contraceptiva. Seja ele de cobre ou hormonal, o DIU impede a fecundação dificultando a chegada do espermatozóide no trato reprodutivo feminino, reduzindo a chance de fertilização do óvulo.

 

O método é bastante seguro, avalia o especialista, que revela os diversos benefícios agregados, além da contracepção: “é extremamente prático, podendo ter durabilidade de até 10 anos, dependendo do tipo. Após a remoção, as concentrações de cobre e de levonorgestrel, no caso do DIU hormonal, no trato genital superior caem rapidamente e a recuperação da fertilidade é imediata”.

 

A colocação do DIU pode ser feita em consultório ou em ambiente hospitalar, conforme a necessidade da paciente. Para início do uso, em geral, é aconselhável que a colocação seja realizada durante o período menstrual, descartando a gravidez e facilitando a inserção pela dilatação do canal cervical, especialmente quando a colocação é feita em consultório, sem analgesia.

 

O DIU também pode ser colocado logo após o parto, aborto ou imediatamente após a troca de método anticoncepcional.

 

DIU hormonal ou DIU de cobre? 

 

A indicação do tipo de DIU deve levar em consideração diversos fatores, como idade, histórico de saúde, características do ciclo menstrual da mulher e outras questões de saúde, que podem ser afetadas com a utilização do dispositivo.

 

No caso do DIU de cobre, é comum que haja alteração no ciclo menstrual, especialmente nos primeiros meses, como aumento do volume do fluxo e surgimento de cólicas.

 

O DIU hormonal é hoje comercializado em dois tamanhos, liberando diferentes doses do hormônio levonorgestrel (progesterona). O menor deles é indicado para mulheres com útero pequeno ou que nunca tiveram filhos, bem como para aquelas que apresentam mais sensibilidade à ação da progesterona. Em ambos os casos, são raros os efeitos colaterais e queixas que levem à retirada antecipada dos dispositivos.

 

Após a colocação, em poucos meses poderá haver pequenos sangramentos irregulares ou até a ausência de menstruação. Mulheres que costumam sofrer com cólicas regulares geralmente são beneficiadas com queixas reduzidas ou até mesmo o fim destes sintomas.

 

 

MÉTODOS DEFINITIVOS

 

A esterilização é um método contraceptivo cirúrgico, que pode ser realizado na mulher, por meio da ligadura das trompas (laqueadura ou ligadura tubária), ou no homem, através da ligadura dos canais deferentes (vasectomia), explica o Dr. Alexandre Rossi.

 

Na mulher, a fecundação é evitada pela obstrução das trompas, que impede o encontro dos gametas. Já a vasectomia, elimina a presença de espermatozóides no ejaculado.

 

A eficácia dos dois métodos é alta, com taxas de falha baixíssimas, quando tomadas todas as precauções e realizados todos os exames pós-cirúrgicos corretamente, especialmente no caso da vasectomia.

 

“Ambos os métodos, conforme as técnicas utilizadas e condições de saúde dos pacientes, podem ser revertidos. Mas o sucesso dos procedimentos e a possibilidade de sucesso em uma gestação após a reversão é baixo”, alerta o médico.

 

No caso da recanalização tubária, apenas 50% das mulheres submetidas a laqueadura tubária apresentam condições técnicas para recanalização. Destas, apenas uma pequena parcela terá êxito em uma gestação. Por este motivo, a cirurgia para esterilização deve ser considerada definitiva, exigindo uma avaliação cuidadosa antes de sua realização.

Anticoncepcional: diferentes métodos

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ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA

 

A anticoncepção de emergência, mais conhecida como pílula do dia seguinte, é o uso alternativo do anticoncepcional hormonal oral para evitar uma gravidez.

 

Ele deve ser tomado antes de completar 72 horas da relação sexual desprotegida. No entanto, quanto mais precocemente tomado, maior será a proteção.

 

Vale destacar que a pílula do dia seguinte não terá qualquer efeito caso a implantação já tenha se completado, ou seja, uma gravidez já em andamento não será interrompida.

 

Atenção! 

Por ser constituído de altas doses de hormônios, o método não deve ser utilizado de rotina, mas apenas em situações de emergência. É importante, portanto, que seu uso seja feito de acordo com as orientações médicas e as instruções da bula, seguindo corretamente a maneira adequada de utilizar as pílulas.

Após utilizar a anticoncepção de emergência, é importante procurar um médico ginecologista para a eventual realização de exames e orientações para a adoção de um método anticoncepcional de rotina.

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