Com nova regra da Anvisa, canetas emagrecedoras passam a ter controle semelhante ao de medicamentos restritos

Especialista da Universidade Tiradentes (Unit) esclarece implicações legais sobre a nova regra de dispensação desses medicamentos

Amplamente utilizado por pessoas em busca do emagrecimento, os medicamentos Ozempic, Mounjaro e Wegovy e outros com efeito emagrecedor vem sendo alvo de polêmicas envolvendo sua venda, prescrição e, mais recentemente, a exigência de retenção de receitas em farmácias. Essa prática se tornará obrigatória por lei, a partir deste mês de acordo com a INSTRUÇÃO NORMATIVA-IN Nº 360, DE 23 DE ABRIL DE 2025, RESOLUÇÃO Nº 973, DE 23 DE ABRIL DE 2025.

De acordo com a Dra. Aline Santana Goes, farmacêutica e professora das disciplinas de Habilidades Terapêuticas do Curso de Medicina e Assistência Farmacêutica, da Universidade Tiradentes (Unit), a nova exigência “A exigência de retenção da receita para a dispensação das chamadas ‘canetas emagrecedoras’ foi adotada com foco na segurança do paciente e no uso racional desses medicamentos.

Não se trata de uma medida relacionada a desabastecimento ou dificultar a compra, mas sim de uma resposta às evidências de uso indiscriminado, muitas vezes sem acompanhamento médico adequado. Infelizmente, observa-se relatos de efeitos adversos graves em alguns usuários, e isso reforça a necessidade de um controle mais rigoroso. A intenção é garantir que esses medicamentos sejam utilizados de forma segura, dentro das indicações corretas e com a devida orientação profissional”, reforça a docente.

OZEMPIC - anvisa - canetas emagrecedoras

Consequências clínicas e sociais

Inicialmente indicadas para o tratamento de diabetes tipo 2, os medicamentos como o Ozempic tornaram-se populares por induzir a perda de peso como efeito secundário — o que levou muitos médicos a prescrevê-los para o controle da obesidade. A prática, embora permitida no Brasil como uso off-label, tem gerado efeitos colaterais importantes no sistema de saúde.

“No Brasil, a Anvisa registrou um número significativo de eventos adversos graves relacionados ao uso inadequado da semaglutida, medicamento presente no Ozempic. Muitos casos envolvem o uso fora das indicações aprovadas, o que aumenta os riscos à saúde, como a pancreatite, uma reação grave que exige interrupção imediata do tratamento. Por se tratar de um medicamento recente, o uso deve ser feito com prescrição e acompanhamento rigoroso, garantindo a segurança do paciente.” destaca Aline.

Obesidade e estigma no centro do debate

Para a especialista da Universidade Tiradentes, é preciso reconhecer que a obesidade é uma doença crônica complexa, que exige tratamento multidisciplinar e acesso facilitado a terapias reconhecidas. As “canetas emagrecedoras” oferecem uma nova esperança, mas precisam ser usadas com responsabilidade e acompanhamento médico. Infelizmente, o estigma ainda dificulta o acesso a tratamentos e traz sofrimento desnecessário. Precisamos avançar no cuidado e na compreensão, tratando a obesidade com respeito, ciência e empatia, pontua.

Sobre a Universidade Tiradentes

Com 63 anos de história, a Universidade Tiradentes (Unit) é a primeira instituição de ensino superior particular em Sergipe e se destaca pelo alto nível de empregabilidade de seus egressos, qualificação do corpo docente, e pelas suas modernas e amplas instalações.

Há ainda 28 polos de EAD em cinco estados do Nordeste, sendo a Unit a instituição pioneira no estado a ofertar ensino a distância (há 20 anos). Cerca de 80% do seu professorado é composto por doutores ou mestres, sendo que 70% dos docentes estão envolvidos em outras atividades de ensino, pesquisa ou extensão.  Seus Programas de Pós-graduação (PPG) Stricto sensu – que oferecem cursos de mestrado e doutorado — são avaliados nos níveis mais altos estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo dois PPGs com nota 5, dois com nota 6 e um com nota 4 (a máxima é 07).   

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