Para 73% dos consumidores brasileiros, autenticidade se tornou critério decisivo na hora da compra

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A autenticidade deixou de ser apenas um conceito de marketing e se tornou um critério estratégico para os consumidores brasileiros. Um estudo inédito chamado “Código da Autenticidade”, realizado pela HSR Specialist Researchers, maior grupo de pesquisa independente da América Latina, revelou que 73% dos consumidores consideram a autenticidade determinante na hora de escolher uma marca.

O estudo buscou compreender o que realmente significa ser uma marca autêntica aos olhos dos brasileiros, combinando profundidade qualitativa com agilidade e escala para captar percepções genuínas em tempo real. “Autenticidade é sistêmica: nasce do equilíbrio entre dimensões estratégicas — identidade, coerência, qualidade e transparência — e se sustenta nos pilares que as materializam no dia a dia: propósito, originalidade, inovação, tradição, responsabilidade socioambiental, relacionamento, performance e clareza. Juntos, formam o código prático de governança da marca, orientando sua atuação diária e consolidando vínculos de confiança”, explica Valéria Rodrigues, CEO da Shopper Experience e sócia da HSR.

O levantamento, que ouviu 100 pessoas entre 18 e 60 anos das classes A,B e C em diferentes regiões do país, identificou quatro dimensões centrais que definem a autenticidade. A primeira é a identidade única e reconhecível, destacada por 34% dos entrevistados, que valoriza marcas com estilo próprio e ideias distintas. A coerência entre discurso e prática, citada por 25%, reforça a importância de alinhar comunicação e ações. A qualidade e o valor percebido, mencionada por 22%, se refere à entrega de produtos confiáveis, com boa relação custo-benefício. Por fim, o legado, apontado por 19%, reflete a consistência ao longo do tempo e o respeito à história da marca.

Ainda segundo Valeria, marcas autênticas se diferenciam também pela originalidade e inovação, que permitem ditar tendências sem perder a essência, e pela forma como se relacionam com os clientes. “Atendimento humanizado, comunicação transparente e rapidez na resolução de problemas são percebidos como sinais concretos de autenticidade, fortalecendo a confiança”, completa.

A vulnerabilidade da autenticidade

O estudo mostra também que a percepção de autenticidade varia conforme a geração e a classe social. A Geração Z, por exemplo, associa o conceito à inovação e à inclusão; os millennials buscam coerência entre propósito e conveniência; e a geração X e os boomers valorizam tradição e consistência. Socialmente, classes A/AB1 priorizam exclusividade e responsabilidade socioambiental, enquanto classes C/D focam em confiabilidade e acessibilidade.

Apesar de sua importância, a autenticidade é frágil. Dois em cada três consumidores mudam para pior a percepção sobre uma marca depois de experiências negativas. Em casos de falhas graves, a ruptura pode ser definitiva.  Para os pesquisadores da HSR, desenvolver uma identidade única, investir em pesquisa e inovação própria, criar elementos distintivos e proteger a propriedade intelectual são passos essenciais para que a originalidade se torne uma marca registrada da empresa.

O estudo foi conduzido com a solução E-TALKS AI, que combina inteligência artificial adaptativa e entrevistas qualitativas, permitindo captar percepções genuínas em tempo real. Segundo os pesquisadores, essa metodologia permite unir profundidade e escala para entender o que realmente significa ser uma marca autêntica no Brasil hoje.

 

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