Após a experiência de um ano pandêmico, se percebeu com maior clareza a importância do entretenimento em nossas vidas. Em muitos momentos, em que nos vemos desesperançosos ou desgastados pela força impetuosa da realidade, a arte surge como um sustentáculo. Algo em que nos debruçamos para mudar nosso humor, para desenvolver nossos conhecimentos ou, inclusive, para preencher nosso tempo.
Nesse sentido, um reality show costuma ser bastante concorrido. Nele, podemos observar durante algum tempo um recorte da vida de algumas pessoas e perceber como se desenvolvem os laços afetivos, como emergem as afinidades e até como diversas facetas de um mesmo individuo aparecem diante de situações extremas.
Anunciados os participantes do Big Brother Brasil 21, percebemos uma mudança significativa no formato dessa edição: metade do elenco será composto por pessoas já conhecidas do público. Teremos a oportunidade de seguir, no dia a dia, aqueles que já admiramos e que talvez pensemos conhecer. Mas será que isso modifica nossa forma de acompanhar essa competição?
De fato, parece que os famosos partem com alguma vantagem por possuírem de antemão fãs que torcem por eles, mas o jogo se constitui exatamente naquilo que há de mais imprevisível. Não seria de todo surpreendente se um desconhecido até o momento se destacasse por um comportamento especifico ou um modo de pensar original. Como também, pode ser que acompanhar de perto cada movimento ou interação de um ídolo o leve ao caminho do desafeto.
Assim, expostos ao confinamento – em situações extremas, convivendo com pessoas que não foram eleitas por si – por mais um ano poderemos acompanhar pelas telas o despontar de pessoas que se encontram, se divertem, disputam, sofrem e vencem. Cada um a seu modo, mas todos continuamente analisados por olhos atentos e ávidos por novos destaques que os inspire ou, que ao menos, os conforte nesses tempos de excesso de sofá.
Bruna Richter é graduada em Psicologia pelo IBMR e em Ciências Biológicas pela UFRJ, pós graduanda no curso de Psicologia Positiva e em Psicologia Clínica, ambas pela PUC.
Escreveu os livros infantis: “A noite de Nina – Sobre a Solidão”, “A Música de Dentro – Sobre a Tristeza” e ” A Dúvida de Luca – Sobre o Medo”. A trilogia versa sobre sentimentos difíceis de serem expressos pelas crianças – no intuito de facilitar o diálogo entre pais e filhos sobre afetos que não conseguem ser nomeados. Inventou também um folheto educativo para crianças relacionado à pandemia, chamado “De Carona no Corona”. Bruna é ainda uma das fundadoras do Grupo Grão, projeto que surgiu com a mobilização voluntária em torno de pessoas socialmente vulneráveis, através de eventos lúdicos, buscando a livre expressão de sentimentos por meio da arte. Também formada em Artes Cênicas, pelo SATED, o que a ajuda a desenvolver esse trabalho de forma mais eficiente.