A BioAcids Tech Brasil, uma startup do setor de biotecnologia sediada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), anunciou o investimento realizado pela RTB Energia, somando esforços para o desenvolvimento de produtos relacionados à produção de ácidos orgânicos e otimização da produção de etanol de primeira geração, diante da sinergia estratégica que possuem.

O aporte é destinado a melhorias em infraestrutura de Pesquisa e Desenvolvimento(P&D), como a aquisição de novos equipamentos analíticos, fermentadores específicos e automação de processos para produção de ácidos orgânicos, principalmente o ácido láctico.

Ambas as empresas possuem planos para, no futuro, investir em processos de fermentação em larga escala, utilizando a tecnologia de microrganismos encapsulados desenvolvida pela BioAcids, entregando para o mercado soluções de produtos químicos e biotecnológicos, dentro da cadeia da economia circular, bem como soluções para usinas de etanol (ou destilarias), aumentando a eficiência de processos existentes com maior aproveitamento energético.

 

Sobre a BioAcids

A empresa surgiu em 2020, a partir do desenvolvimento de nova metodologia para a produção de ácidos orgânicos e etanol utilizando a sacarose (açúcar) como principal matéria-prima. Por meio desse novo método de produção, os microrganismos encapsulados são capazes de produzir em condições economicamente favoráveis, quando comparado aos processos convencionais.

O processo desenvolvido melhora as características de separação e purificação dos produtos, garantindo maior pureza e qualidade, reduz etapas (as chamadas “operações unitárias”), melhora o aproveitamento energético das empresas, reduz custos, aumentando a produtividade e simplificando a produção.

“Temos uma meta clara: queremos transformar o conceito de biorrefinaria em realidade através deste processo. Acredito que estamos dando os primeiros passos de uma maratona cujo prêmio – a sustentabilidade, o mundo está correndo atrás”. Afirma Kurts Campos, CEO da BioAcids Tech Brasil. “Nós temos um processo novo, com grandes vantagens e acreditamos muito nessa tecnologia. Podemos imaginar, num futuro não muito distante, ao invés de refinarias de petróleo, que geram milhares de toneladas de resíduos todos os dias, uma empresa realmente verde que opera em parceria com o meio ambiente”.

Os produtos da BioAcids se dirigem a grandes mercados com a participação de inúmeras empresas multinacionais, mas permitem a entrada e o crescimento de novos players. Muitos dos ácidos orgânicos que fazem parte do portfólio inicial da BioAcids são utilizados desde a produção de polímeros (PLA – polylactic acid, por exemplo), passando pela indústria de alimentos (conservantes e aditivos) e até mesmo aditivos químicos industriais. “São grandes mercados. Há espaço no curto, médio e longo prazo para novos entrantes, desde que estejam alinhados com a competitividade nos custos e tenham a sustentabilidade como base do negócio”, afirma Kurts.

O outro mercado para o qual a empresa se propõe a apresentar soluções disruptivas é no processo de fabricação de etanol de primeira geração, no qual o desenvolvimento está mais avançado. “O mercado de etanol no Brasil é complexo, e sabemos dos desafios para propor soluções robustas. Nossa tecnologia visa reduzir muito os custos industriais e praticamente a eliminação da vinhaça, um dos grandes resíduos desse processo”, comenta Kurts. “É um novo formato em um mercado conservador, mas acreditamos muito nos benefícios que podem surgir a partir do que estamos procurando implementar”.

Com os resultados obtidos até o momento, a empresa já pensa em trilhar os caminhos da multinacionalidade. “O Brasil é um ótimo mercado para a biotecnologia, mas não o único. Não estamos fechados a parcerias com empresas nacionais, apenas. Já temos projetos nesse sentido”, explica Kurts. “A maratona não é apenas brasileira. Precisamos estar atentos e correr tanto quanto outros países. Os mercados, principalmente os de ácidos orgânicos, são propícios a novas tecnologias e o momento é favorável, apesar dos impactos da pandemia”.

“No fim das contas, vender açúcar é um bom negócio, mas vender ácidos orgânicos é muito melhor. Nesse contexto, essa tecnologia vem para somar, agregar valor à cadeia de produtos derivados da cana-de-açúcar”, continua Kurts. “É um negócio alinhado com nosso propósito: fazer do modelo de ESG a base da empresa”. Segundo Campos, a BioAcids tem um “propósito firme” de popularizar o acesso a produtos de biotecnologia e contribuir para redução à dependência global de derivados de petróleo.

 

Sobre o Grupo RTB Energia

A empresa RTB Holding Energia é um grupo 100% nacional que atua em todo o Brasil. Com um amplo portfólio de equipamentos, produtos e prestação de serviços, atua nos mercados de Energia (Usinas Hidrelétricas, Termelétricas, Sistema de Transmissão e Distribuição), além dos setores Sucroalcooleiro, Papel e Celulose, Óleo e Gás, Química e Petroquímica, Energia Renovável e reaproveitamento térmico de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), sendo referência de mercado no seu segmento.

A RTB atua na implementação de projetos de EPC (Engineering Procurement and Construction), envolvendo engenharia, projetos, suprimentos, construções e montagens, com o objetivo de oferecer a integração e gestão de projetos em energia e indústria no Brasil. O grupo se baseia na inovação constante e, atualmente, conta com excelente rede de profissionais técnicos, engenheiros e especialistas altamente qualificados e comprometidos na projeção e fabricação de produtos competitivos com a mais alta tecnologia do mercado e execução de serviços das áreas que compõem seu core business.

“O projeto apresentado pela BioAcids faz sentido para o nosso portfólio de soluções no mercado Sucroalcooleiro”, afirma Sérgio de Souza, CEO da empresa. “Além disso, somos uma empresa que está constantemente inovando, comprometida com o desenvolvimento de processos que possam contribuir para o Brasil de forma geral”, continuou Sérgio.

Engajada em contribuir com soluções em produtos químicos “verdes”, a RTB aproveita sua expertise para impulsionar o projeto da BioAcids. “Somos uma equipe que também se preocupa com o meio ambiente e a proposta feita pela BioAcids vai ao encontro da nossa visão de futuro”, explica Sérgio. “Acredito no que nos foi exposto e no que vimos no laboratório da BioAcids. O projeto está no caminho certo e vamos contribuir para que o propósito principal seja atingido: popularizar a biotecnologia, fazendo com que a economia circular não fique algo distante de nós. Não podemos ficar apenas no discurso, e essa é uma forma de fazermos algo de realmente concreto”.