O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, foi afastado do comando da entidade neste domingo (06/06). A decisão foi tomada pela Comissão de Ética da CBF e vale por 30 dias. No período, a CBF será comandada por um dos cinco vice-presidentes da entidade, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, seguindo o critério de antiguidade no cargo. Nunes já ocupou o cargo entre 2017 e 2019, no período do afastamento de Marco Polo Del Nero até a posse de Caboclo.
Caboclo passou a ser alvo de pressão para se afastar nesta semana, após uma funcionária da entidade acusá-lo de assédio sexual e moral. A defesa do dirigente nega as acusações. Caboclo vinha resistindo em deixar o cargo. Segundo veículos brasileiros, houve pressão de patrocinadores e de vários dirigentes de federações estaduais pelo afastamento de Caboclo. A denunciante relatou conversas inoportunas e comportamento inapropriado por parte do dirigente,
O afastamento de Caboclo também ocorre menos de uma semana depois de o dirigente ter se aliado ao presidente Jair Bolsonaro para trazer a Copa América ao Brasil, após Argentina e Colômbia desistirem de sediar o torneio. A decisão de trazer uma competição internacional em meio à pandemia – o Brasil é o segundo país com mais mortes pela doença no mundo- abriu uma crise com a seleção, com jogadores e o técnico Tite sinalizando que não desejam jogar o torneio.
Segundo o jornalista do SporTV André Rizek, Caboclo chegou a prometer a Bolsonaro que a crise seria resolvida com a substituição de Tite, que poderia ocorrer na próxima semana. Um nome foi especulado para substituir o técnico, o ex-jogador Renato Gaúcho, um apoiador do governo Bolsonaro. O início da Copa América está previsto para ocorrer em 13 de junho.
Segundo jornais brasileiros, o governo está irritado com a possibilidade de que a seleção não dispute jogos do torneio, o que seria um vexame para o Planalto, que articulou a vinda da Copa América. Caboclo estava no cargo desde 2019. Três antecessores do dirigente na chefiada CBF perderam o cargo entre 2012 e 2017 após escândalos, entre eles Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.