Nos próximos dias 19 e 20 de março acontece o Festival Gastronomia e Arte Indígena (Dja Wyaa Embiapó Temby’u Ete, na língua Guarani) em Campinas, no espaço cultural CIS Guanabara. O evento é gratuito, único e especial, para se vivenciar com toda a família e os amigos.
O evento, organizado por mulheres indígenas do Coletivo e Ponto de Cultura EtnoCidade, é uma união encantadora de muita cultura, arte e delícias da gastronomia tradicional indígena. Mais de 20 etnias indígenas participarão com dezenas de atividades e atrações.
Durante os dois dias do evento, os visitantes poderão experimentar diversos pratos da alta gastronomia indígena, em destaque, o Aribé Mydzé, prato típico do povo Kariri Xocó, que leva peixe, arroz, feijão e verduras, tudo feito com coco. O prato geralmente é servido na Sexta-Feira Santa. Outra iguaria em evidência é o Txydjo Yato’do Ky’ay, do povo Fulni-o, composto por tilápia assada na folha de bananeira, com arroz e folhas verdes. O povo Guarani Mbya marca presença com o Pira Txuun Rewe, que é feito de caldo de peixe com paçoca de banana verde e arroz branco. O Povo Pataxó também participará com seu Mukussui, que é moqueca de peixe servida com pirão e arroz branco. Os visitantes também poderão provar a Pururuka pó’i arü, uma bebida tradicional da etnia Tikuna, produzida com banana madura cozida.
O público não pode deixar de provar o Typa Pakowa Güigua, que são salgados feitos com massa de banana verde. Os tradicionais têm recheio de frango, carne ou presunto e queijo. As opções veganas são recheadas com carne de jaca ou carne de soja. Esses são apenas alguns exemplos da culinária étnica que serão vendidas no local.
O festival ainda terá exposições e venda de arte e artefatos de diversos povos; apresentações de canto e dança; pintura corporal e seus significados; embelezamento indígena; rodas de conversa sobre a cultura e práticas indígenas, como alimentação, ervas medicinais, e visão de mundo, além da instalação fotográfica “Somos Um”, da fotógrafa Mayara Amorim, do povo Tupi Guarani, que com seu olhar único, retrata o indígena no contexto urbano.
Lu Ahamy Guarani, presidenta do EtnoCidade e coordenadora do evento, diz que o objetivo é promover a divulgação e integração.
“A gente quer integrar mais a sociedade em geral com as práticas e a cultura indígena, trazer para mais perto. Mostrar nossos costumes, desmistificar que não podem usar os nossos artefatos por não serem indígenas. Podem sim, mas a base de tudo é o respeito. E o respeito nasce a partir do conhecimento”, argumenta a líder indígena.
“O festival é uma oportunidade única de conviver com os indígenas aldeados ou que estão em contexto urbano, trocar experiências, conhecimentos, descobrir pontos em comum, e também a visão de mundo dos povos indígenas”, completa.
Música
O festival terá a participação especial do músico peruano, da etnia Quéchua, de Cusco, Lino Yapura Huaman, que toca instrumentos Andinos desde os 12 anos. Suas Flautas, de madeira e de bambu, trazem efeitos suaves e tranquilizadores, atraindo adultos, jovens e crianças. Os sons suaves executados por Lino têm sido usados como musicoterapia.
O evento é realizado em parceria com o Pontão de Cultura Areté e Centro Cultural da Unicamp- Cis Guanabara e conta com apoio Fundo Filantrópico Agbará, Ponto de Cultura NINA, Terreiro Vó Benedita, Integrantes do Urugungos, Casa de Cultura Tainã, Portal Hora Campinas e Movimento Campinas Criativa.
Sobre o EtnoCidade
Ponto de Cultura que atua em Campinas e região dando visibilidade às tradições indígenas e não indígenas, no contexto urbano, com ações voltadas para instituições culturais, educacionais e sociais. Foi fundamental na articulação para a vacinação prioritária dos indígenas em Campinas, incluindo os estudantes da Unicamp, por exemplo.
SERVIÇO
Festival de Arte e Gastronomia Indígena – Dja Wyaa Embiapó Temby’u
Horário: Das 10h às 20h.
Local: Estação CIS Guanabara. Rua Mário Siqueira, 829, Botafogo, Campinas – SP.
Entrada e estacionamento gratuitos
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