Pela primeira vez em cinco anos, o estoque de água disponível nesta terça-feira no Sistema Cantareira foi superior ao de um ano atrás. As chuvas acima da média em setembro, o racionamento e a economia de água feita pela população ajudaram o principal manancial paulista a reverter uma sequência negativa iniciada em 2010, quando o sistema atingiu 100% da capacidade. 
Mas tanto a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quanto especialistas alertam que a situação ainda é “preocupante” e o consumo deve continuar controlado na Grande São Paulo.
Na terça, o Cantareira tinha 163,8 bilhões de litros, conforme dados divulgados pela Sabesp, considerando as duas cotas do volume morto. Como todo esse estoque ainda está abaixo do nível mínimo operacional (volume útil), o índice de armazenamento estava em -12,6% da capacidade. 
Há exatamente um ano, a reserva era de 161,6 bilhões de litros, ou -12,8%, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA). ?? época, a Sabesp não divulgava o volume de água dos sistemas, apenas os índices porcentuais. Nesta quarta-feira, o manancial também opera com -12,6% da capacidade.
Embora o Cantareira ainda esteja longe da recuperação – são quase 120 bilhões de litros de volume morto que ainda precisam ser repostos para chegar ao nível zero do sistema -, uma série de fatores aponta uma luz no fim do túnel da crise hídrica, que entrará no segundo ano em janeiro. 
O mais importante deles, na visão de especialistas, é que o sistema está entrando na chamada estação chuvosa, que vai de outubro a março, produzindo 39% menos água do que há um ano.