O Carnaval é o momento de deixar a imaginação fluir, ousar nas produções e criações, inclusive com peças que você nunca teve coragem de usar antes. Segundo Astrid Façanha, professora do Bacharelado em Design de Moda do Centro Universitário Senac, na hora de escolher o look para aproveitar essa época é preciso cautela e vale traduzir a linguagem do vestuário carnavalesco em quatro máximas: conforto, criatividade, sensualidade e glamour. Então, para acertar no figurino, o Senac São Paulo preparou as dicas abaixo. Confira: – Conforto:Para pular e brincar à vontade, vale apostar em peças com modelagem soltinhas, em tecido ou malha leves e naturais como linho e algodão, além das misturas com elastano, que garantem movimento irrestrito do corpo. Nos pés, rasteirinhas, tênis básicos de tecido e até o bom chinelo de dedos, que pode ser customizado de acordo com a composição do look. Colares devem ser mais curtos para acompanhar o movimento do corpo, sem correr o risco de enganchar na folia. Vale misturar modelos diferentes para criar efeito. Brincos podem ser do tipo argola ou em metal com arcos, porém os de pressão devem ser evitados, pois ninguém quer deixar de aproveitar a festa preocupada com a perda de um dos acessórios no meio do confete e da serpentina. Dê preferência às alianças coloridas ou metalizadas ao invés dos anéis maximalistas pelo mesmo motivo de liberdade de movimento. As pulseiras e braceletes também podem ser usadas em profusão, em ambos os pulsos como se fossem algemas, para gerar barulho. O ideal é que sejam leves e confortáveis para não pesar no braço.Entre os modelos na moda, há a opção das coloridas de borracha ou, no outro extremo, as étnicas feitas de cordas e fibras naturais. Os tipos munhequeiras recortadas no couro ou no courvin também estão muito na moda, vêm em diversas tonalidades, sendo um tipo de acessório que fica preso ao corpo, mesmo com todo o rebolado. Para dar uma bossa no visual, recupere aquelas pulseiras de tornozelo muito usadas nos anos 1970; elas chamam atenção para as pernas e os pés inquietos e são cheias de significados simbólicos. Invente o seu! – CriatividadeCarnaval é criatividade pura, portanto coloque a sua para fora sem medo de ser feliz! ?? de praxe, na maioria das festas, customizar a própria peça como forma de diferenciação, do abadá ao velho short jeans, que pode ganhar recortes estratégicos, bordados e aplicações, desde que seja na onda do DIY (do it yourself). Sobreposições de regatas em cores e estampas diferentes também entram na onda, assim como a legging, peça confortável que cai muito bem para a ocasião, desde que tirada do lugar-comum com aplicação de acabamentos emborrachados, plastificados e com glitter. A grande criatividade, porém, pode sair literalmente da cabeça, com penteados jamais usados no cotidiano como coques altos desarrumados e coloridos arranjos. Vale apelar para plumas, penas, flores e alegorias como as tiaras de tecido com paetês e até aqueles pequenos chapéus chamados de fascinators, que estão muito na moda. Opte pelos modelos que parecem pequenas cartolas e devem ser usados de um lado da cabeça. Ainda no ritmo da customização, uma boa dica é reciclar meias de seda e meias-calças usadas e até rasgadas, cortadas no fundo e incrementadas com aplicação de cola com cor para serem usadas como top. ?? original e todos vão querer saber onde você “arrumou” tal produção. – SensualidadeSensualidade é a palavra de ordem por excelência no Carnaval, porém os cuidados devem ser redobrados para não cair na vulgaridade. O caminho é apostar no fashion, com opções da moda, como o uso inusitado de peças da moda praia, misturadas ao street wear, a exemplo de sobreposições de tops de biquíni, usadas com shorts ou mínis de babados, que colaboram com o movimento do corpo. A partir daí é só complementar com os acessórios e até uma sandália tipo plataforma, que ajuda a sambar. Vestidos tubinhos coloridos combinados com rasteirinhas ou até com tênis, em uma proposta mais street, podem ser usados sem medo, já que a ocasião pede. Um segredo é equilibrar o decote com o comprimento da barra e a modelagem próximo ao corpo. Exemplo: mais colado, menos decote, mais decote, menos curto, acima do joelho. A frente única está na moda, é sensual e pode ser usada com top de biquíni para garantir conforto e segurança. Evite tons escuros e o preto é proibido, já que Carnaval é sinônimo de alto astral e, portanto, pede cor. Macaquinhos curtinhos, usados abertos, mais uma vez com o biquíni por dentro, são confortáveis e trazem um visual mais andrógino que pode ser equilibrado com uma sandália bem feminina ou até mesmo o modelo tipo gladiador, amarrado nas pernas. – GlamourAinda que exacerbado, o glamour faz parte do Carnaval e, para aqueles que têm a sorte de serem convidados para um baile de gala, vale a pena investir em peças com clima de alta-costura, com muito brilho, decotes e fendas estratégicos. O make, nesse caso, pode ser mais trabalhado, com cílios postiços, por exemplo, e olhos bem delineados tipo mulher gata. Como a ocasião é de luxo, por que não recorrer ao make profissional bem caprichado e colorido, inclusive com toques de brilho, e bronzear no corpo? Porém, nada de clichês do tipo pierrô e colombina. Agora, a peça-chave para esse tipo de produção é mesmo a máscara, que pode ser desde o modelo veneziano, mais requintado, até o tipo zorro, com aplicação de glitter, paetês e pedraria. O clima de mistério é garantido! As sandálias devem ser de salto e as rasteirinhas e tênis estão vetados neste tipo de produção. O cabelo pede arranjos caprichados, porém, mais uma vez, vale equilíbrio com o todo para não parecer uma árvore de Natal, enfeitada dos pés à cabeça. Aí, vale a regra: vestido muito elaborado, cabeça mais low profile, vestido mais básico, cabelo e make extravagantes. Ainda nessa produção, combina o uso de anéis hiperbólicos, com strass e cristais. O bracelete usado no antebraço traz um toque de ousadia. A ideia de glamour também pode vir à tona na postura, para equilibrar com a sensualidade do corpo.