Muito do que se fala neste capítulo está baseado em metáforas e pode ser visto num livro denominado Imagens das Organizações de Garrett Morgan, que aborda a metáfora das organizações. Considero que estas metáforas podem ser encontradas na harmonia do futebol, do carnaval e da beleza brasileira.
Houve um técnico de futebol, Cláudio Coutinho, que inclusive chegou à seleção, que pregava umas técnicas, na época, ditas modernas, inclusive com um jargão americanizado. Ele falou do overlapping e outras técnicas que mexeram com os jogadores brasileiros. Ele dizia, dentre diversas técnicas e falas, que em certos momentos do jogo, a defesa deveria atuar no ataque e vice-versa, havendo uma rotação dos jogadores no campo, para atingir um melhor resultado, isto é, a vitória.Nas organizações temos o conceito do job-rotation (rotação de cargos), que é quando colocamos o jogador/colaborador para atuar em todos os setores da organização, portanto na falta de alguém, a empresa nunca ficaria a descoberto.Esta visão pode ser utilizada na alta cúpula, onde o diretor financeiro pensa e atua de maneira mercadológica e vice-versa. O perfil do diretor-financeiro é de uma pessoa mais conservadora e o de marketing, mais expansiva e linha de frente.Promovendo a miscigenação entre eles, poderíamos fazer um adquirir culturas e hábitos do outro e as relações poderiam ser melhoradas nas organizações, pois a agressividade do homem de marketing poderia ser compensada com o pensamento mais comedido do homem de finanças. Teríamos um homem/mulher de finanças com visão de marketing e vice-versa. Isto pode ser visto no desenho abaixo:Diretor Financeiro no ataque <===== e Diretor de Marketing na defesaDiretor de Marketing no ataque <===== e Diretor Financeiro na defesaNas empresas, o administrador deve partilhar seus conhecimentos e saber jogar com e para a equipe, além de também contratar craques que saibam mais do que ele para dar respaldo a sua administração. Administrador que só contrata gente pior do que ele é mais medíocre que o mais medíocre dos seus funcionários.Além disto, ele deve entender que na sua área de conhecimento, seja ela qual for, é imprescindível o conhecimento dos outros e de outras áreas. Sendo assim ele deve ser o maestro da equipe e conhecer um pouco de cada um e seus instrumentos e fazer a orquestra não desafinar.Também deve saber que quando as pessoas estiverem eufóricas no negócio, ele deve baixar a temperatura, relembrando sobre os momentos difíceis pela frente e quando a empresa estiver apática, ele deve fazer com que a mesma se torne mais motivada. ?? como diz o ditado: ???Depois da tempestade vem a bonança???.Atente que ser administrador é um exercício de solidão, por isto ele deve encontrar válvulas de escape. Andar, participar de clubes de afinidade, fumar cachimbo, escrever poesias (se tiver o dom), pisar mais na grama, andar de ônibus e ouvir as pessoas simples e viver e viver e viver!Além disto, acreditamos que o administrador/jogador de futebol tem que ser solidário e saber jogar em equipe. Não é porque você é craque que não precisa saber jogar em equipe. Talvez por ser craque e ter uma genialidade a mais, seja importante este partilhar com o time. Se o craque não tiver a equipe afinada, o resultado pode não ser o desejado. Robson Paniago é professor da IBE-FGV, doutor em Ciências Empresariais pela Universidad Del Museo Social Argentino, mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – SP e Graduado em Administração pela Universidade São Marcos – SP.