O Vaticano deu início aos ritos de despedida (velório) do papa Francisco. Na madrugada desta quarta-feira (23), pelo horário do Brasil, o corpo foi transferido da Capela Santa Marta para a Basílica de São Pedro.

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Começa velório do Papa no Vaticano

Ocorreu uma procissão, cumprindo uma etapa dos ritos fúnebres.

A procissão reuniu cardeais, bispos e sacerdotes, partiu de Santa Marta, onde ele vivia, e levou o corpo à basílica.

Vaticano aguarda multidão no velório

O papa ficará exposto e receberá visitas de fiéis e autoridades. Uma multidão de fiéis faz fila na Praça de São Pedro para entrar na basílica. O funeral está marcado para a manhã de sábado (26).

Papa Francisco quebrou o silêncio que a Igreja impôs às mulheres

Pontificado marca um novo tempo para a escuta e inclusão feminina

Durante os últimos 12 anos, o Papa Francisco marcou seu pontificado com sinais de abertura, empatia, e inclusão feminina. Não foram mudanças drásticas nem revoluções formais, mas foram passos importantes que romperam o silêncio e deram esperança para milhões que nunca se sentiram vistas, ouvidas ou representadas, dentro da Igreja Católica e além dela.

“Pela primeira vez na história do Vaticano, mulheres passaram a ocupar cargos com voz ativa em decisões importantes. A irmã Nathalie Becquart, por exemplo, se tornou a primeira mulher com direito a voto no Sínodo dos Bispos. A nomeação dela não foi apenas um gesto simbólico, mas o início de uma nova fase, onde a presença feminina começa a deixar de ser exceção”, afirma Ana Lisboa, psicanalista e fundadora do movimento Feminino Moderno, que já impactou mais de 100 mil mulheres em 72 países.

O Papa também criou comissões para estudar a possibilidade de restaurar o diaconato feminino, para que elas sirvam à comunidade, ajudando em celebrações, batismos, casamentos, funerais e ações sociais, retomando discussões que estavam enterradas há séculos.

“Na minha opinião, ainda mais significativo do que qualquer decisão formal, foi o tom com que Francisco passou a tratar o assunto. Ele denunciou abertamente o machismo e o clericalismo, chamou atenção para a exclusão das mulheres nos espaços de poder e disse com todas as letras que a Igreja precisa mudar. Francisco abriu uma porta que estava trancada por séculos. Ele não apenas falou das mulheres, ele quis ouvi-las e isso, dentro de uma estrutura que sempre mandou calar, é profundamente transformador”, analisa Lisboa.

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