Conheça os tipos de tratamento disponíveis para a adenomiose

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Dados do Ministério da Saúde apontam que o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou 15.822 mil procedimentos ambulatoriais e 7.632 mil procedimentos hospitalares no ano de 2023 para realizar o diagnóstico de adenomiose, um problema de saúde pouco conhecido entre as mulheres. Na comparação entre os anos de 2023 com 2019, houve um aumento de 73% nos atendimentos em ambulatórios do SUS da doença adenomiose. Já a realização de procedimentos hospitalares teve um aumento de 28% no mesmo período.

 

A adenomiose é uma doença em que o tecido endometrial cresce dentro das paredes musculares do útero, causando dor e problemas de fertilidade. A descoberta de um diagnóstico de adenomiose já é responsável por gerar uma série de emoções, e a possibilidade de um procedimento cirúrgico pode intensificar a ansiedade e a insegurança em muitas mulheres.

 

Essa incerteza em torno da intervenção cirúrgica pode criar um ambiente de apreensão, principalmente quando se considera os desafios físicos e emocionais associados ao tratamento da adenomiose. Muitas mulheres, ao se depararem com essa possibilidade, enfrentam dilemas e preocupações sobre o impacto da cirurgia em suas vidas, desde a recuperação física até as implicações emocionais associadas à decisão de passar por um procedimento invasivo.

 

A abordagem terapêutica para a adenomiose pode variar, e nem todas as mulheres diagnosticadas precisam passar por uma cirurgia. De acordo com o médico ginecologista Dr. Thiers Soares, especialista em adenomiose, métodos menos invasivos, como terapias medicamentosas e outros procedimentos, também podem ser considerados, mas isso vai depender da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais da paciente. São eles:

 

  • Medicamentos para Alívio Sintomático – se os sintomas da adenomiose forem de leves a moderados, a abordagem inicial pode envolver medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), prescritos pelo médico. Embora esses medicamentos ajudem a aliviar a dor e reduzir o sangramento, é importante observar que eles não tratam a condição em sua totalidade;

  • Terapia Hormonal para Controle dos Sintomas – terapias hormonais oferecem alternativas eficazes para controlar os sintomas da adenomiose. Dispositivos intrauterinos liberadores de levonorgestrel (DIU-LNG), medicamentos hormonais combinados (estrogênio + progesterona) ou progesterona isolada são opções que ajudam a controlar o crescimento excessivo do tecido endometrial, contribuindo para o alívio dos sintomas;

  • Abordagens Complementares para Melhorar a Qualidade de Vida – além dos tratamentos médicos convencionais, outras opções, como fisioterapia, acupuntura e uma dieta anti-inflamatória podem ser exploradas para melhorar a qualidade de vida das pacientes com adenomiose. Essas abordagens complementares podem ser associadas para oferecer um tratamento mais completo para essa condição.

 

Ao optar por uma cirurgia para tratar a adenomiose, os procedimentos minimamente invasivos são as opções mais inovadoras e eficazes. A retirada cirúrgica da adenomiose, especialmente por meio da via robótica, se destaca como uma abordagem cirúrgica avançada, pois proporciona benefícios como menor tempo de recuperação e menor impacto nos tecidos circundantes.

 

Já a ablação por radiofrequência é uma técnica inovadora, que oferece uma alternativa de tratamento ao destruir termicamente a adenomiose. É essencial destacar, no entanto, que esses procedimentos cirúrgicos reduzem parcialmente a adenomiose, já que traz alívio dos sintomas e melhora a qualidade de vida, mas a cura definitiva só é alcançada com a retirada do útero, conhecida como histerectomia.

 

A escolha entre as opções cirúrgicas deve ser cuidadosamente discutida e considerada em colaboração com o médico, que deve levar em consideração as necessidades específicas de cada paciente. A decisão deve refletir não apenas a eficácia clínica, mas também os objetivos reprodutivos, as preferências individuais e o impacto potencial na qualidade de vida da mulher afetada pela adenomiose

 

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