As famílias paulistanas reduziram o desejo de consumir em março, após alta de 0,5% no índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em fevereiro. Na base anual, o indicador caiu 5,2%, registrando 122,9 pontos no terceiro mês do ano, de acordo com dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), entidade a qual é filiado do Sincovam (Sindicato dos Lojistas e do Comércio Varejista de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d???Oeste).
A baixa do indicador reflete a queda de 9,7% no item momento para duráveis, diante do fim do período de promoções de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis. A permanência da inflação pressionada também surtiu impacto no índice, comprometendo a renda atual das famílias, que recuou 6,2% em março, na base mensal.
Os itens relacionados ao trabalho dos paulistanos também refletiram no ICF de março, com baixa de 1% na perspectiva profissional e de 0,7% em emprego atual. Por outro lado, as altas de 0,4% em perspectiva de consumo, de 0,6% em acesso ao crédito e de 5% em nível de consumo atual seguraram a possibilidade de uma queda mais intensa do indicador.
Na análise por faixas de renda, o ICF para as famílias com até dez salários mínimos mensais foi de 121,9 pontos, inferior aos 125,8 das famílias com renda superior. Essa situação não ocorria há dez meses, mas, segundo a FecomercioSP, trata-se de um reflexo do fim das liquidações e não uma reversão de tendência.
Para os próximos meses, a entidade acredita em tendência negativa para o ICF, diante dos preços pressionados e juros em alta, com aproximação da menor pontuação histórica, de 120,3 pontos, registrada em agosto de 2009.
O ICF é apurado mensalmente com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo.