Foto Itamar Crispim/Fiocruz

O Instituto Adolfo Lutz identificou um caso da variante B.1.617.2, proveniente da Índia. O caso foi identificado em um morador de 32 anos da cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, que viajou para a Índia e desembarcou no aeroporto de Guarulhos no dia 22 de maio.

Esse passageiro circulou pelo aeroporto de Guarulhos, fez um exame RT-PCR para a detecção do novo coronavírus e, antes de obter o resultado, embarcou para o Rio de Janeiro. De lá, seguiu para Campos dos Goytcazes.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o passageiro embarcou da Índia para o Brasil com um exame negativo para o novo coronavírus. Ele fez o exame de RT-PCR 72 horas antes de embarcar, exigência prevista para todos os passageiros. O exame deu negativo e ele não apresentava sintomas da doença. Quando desembarcou no aeroporto de Guarulhos, ele não relatou aos agentes da Anvisa que apresentava sintomas.

O resultado positivo só ocorreu em solo brasileiro, quando ele fez um novo exame, por conta própria, em um laboratório particular localizado no interior do aeroporto de Guarulhos. Somente ao final da noite do dia 22 de maio, após sair o resultado do exame, é que a Anvisa foi informada pelo laboratório sobre o passageiro. “Ao ficar sabendo da positivação, no final da noite de 22 de maio, a Anvisa imediatamente solicitou a lista de passageiros dos voos e acionou o sistema de vigilância epidemiológica para busca ativa e monitoramento dos contactantes”, informou o órgão.

A secretaria estadual da Saúde foi então informada pela Anvisa de que o teste feito pelo passageiro no aeroporto deu positivo para a covid-19. Essa amostra foi encaminhada para o Instituto Adolfo Lutz, que fez o sequenciamento genético e constatou se tratar da variante indiana.

Segundo a secretaria, logo após essa comunicação da Anvisa, medidas de vigilância epidemiológica foram tomadas. A lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes dos funcionários do aeroporto e dos contatos do passageiros foi solicitada para dar início às ações de isolamento e de monitoramento. A secretaria informa ter contatado também a vigilância epidemiológica do Rio de Janeiro para acompanhamento do caso.

Desde 14 de maio, informou a secretaria, as equipes de Vigilância Epidemiológica de São Paulo têm notificado os municípios de residência de passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que tem enviado para a secretaria a lista completa dos passageiros do voo.

Até este momento, nenhum caso autóctone ou de transmissão comunitária da variante indiana foi identificado em São Paulo.

Variantes

A variante indiana é uma das quatro variantes do novo coronavírus consideradas de atenção em todo o mundo. Além dela, as variantes de Manaus, do Reino Unido e da África do Sul também são consideradas de atenção porque podem ser mais transmissíveis ou provocar casos mais graves de covid-19.

O estado de São Paulo tem, até este momento, 374 casos autóctones dessas variantes: três da variante sul-africana, 15 da variante do Reino Unido e 356 da variante de Manaus.

AGÊNCIA BRASIL