Uma combinação de fatores financeiros e emocionais tem levado jovens adultos a adiar a saída de casa. A decisão de continuar a estudar, casar e ter filhos mais tarde e economizar para o futuro, além do conforto de não assumir tantas responsabilidades, fez crescer, na última década, a proporção de cidadãos de 25 a 34 anos que continuam a morar com os pais e formam a chamada “geração-canguru”. Em 2012, um quarto (24,3%) das pessoas nesta faixa etária vivia com os pais. Em 2002, a proporção era de 20,5% – um em cada cinco jovens.
O fenômeno é mais comum nas famílias de alta renda da região Sudeste, aponta a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os homens são os mais resistentes a deixar a casa dos pais: a “geração-canguru” tem 60% do sexo masculino e 40% feminino. Em geral, trabalham e têm alta escolaridade.
“A geração-canguru é um fenômeno mundial, não necessariamente por falta de condição de os filhos saírem de casa, mas por escolha. Preferem fazer graduação, mestrado ou doutorado na casa dos pais, retardam a formação de uma nova família e também buscam comodidade. ?? surpreendente que 60% sejam homens. Acredito que, especialmente no caso das mulheres, outro fator é a decisão de cuidar dos pais e de estar mais perto deles”, diz a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.