O mercado de criptomoedas em 2023 deve seguir tão frio quanto no último semestre do ano passado, abrindo oportunidades para acumular frações de Bitcoins. Isso porque, segundo Israel Buzaym, head de comunicação da Bitypreço, o apetite a risco ao redor do mundo tem diminuído, principalmente com a renda fixa pagando bons juros em função da política monetária dos bancos centrais para conter inflação.
Segundo o Índice Bitypreço, o preço do Bitcoin recuou 66,21% no ano passado, fechando 2022 aos R$ 88.109. Em dezembro, a queda foi de 2,07%, variando entre a máxima de R$ 97.145 e a mínima de R$ 84.300. No caso do Ethereum, houve uma desvalorização de 69,40% em 2022, encerrando a R$ 6.365,47. No último mês do ano, a criptomoeda caiu 6,34%. A máxima no período foi de R$ 7.152,88e o menor preço negociado, de R$ 6.059,54.
“Tivemos algumas surpresas inesperadas como a morte de alguns projetos de criptomoedas que eram tidas como promissoras por todo o mercado e também algumas das maiores corretoras do mundo ficando insolventes, casos, por exemplo, do LUNA e da FTX, respectivamente, reacendendo a discussão sobre a importância da auto-custódia de criptoativos. Apesar de tudo isso, nossa tese de investimento para o Bitcoin permanece intacta. Os fundamentos continuam os mesmos e as características que dão valor ao BTC são as mesmas”, diz Buzaym.
Acumulando “satoshis”
O especialista avalia que a baixa temperatura e o desinteresse das grandes massas pelo Bitcoin não devem ser considerados como fator negativo. Esses momentos são, historicamente, os melhores para acumular satoshis – frações de BTC – para aproveitar os próximos movimentos de alta.
“No curto prazo, falando do primeiro trimestre, espero uma certa volatilidade no preço do BTC e das criptomoedas com maior capitalização de mercado – aquelas que possuem maior volume sendo negociado ao redor do mundo. E onde existe volatilidade existem oportunidades para traders. É importante destacar que essa volatilidade deve se manter pequena, sem grandes variações como vimos nas altas de 2021 e até mesmo nas quedas de 2022”, afirma.
Para Buzaym, o primeiro grande suporte que deve segurar os preços na lateralização que é esperada é a região dos US$ 15.400, testada em dois momentos no ano passado. “O trader precisa ficar de olho nesse nível porque pode ser uma excelente posição de entrada ou acumulação mais forte. Tentar encontrar o fundo de um movimento de preços é uma tarefa muito difícil mas se eu tivesse que fazer essa previsão, ficaria de olho nessa região”, orienta.
Recuperação em 2024
Segundo o especialista, o consenso entre os analistas, entusiastas e estudiosos do mercado cripto é que em 2024 ocorra o início de uma recuperação de preços, especialmente após o halving – quando a produção da criptomoeda é cortada pela metade, o que acontece de quatro em quatro anos. “Outro fator que deve impactar esse movimento de entrada de dinheiro nas criptos é o retorno do afrouxamento quantitativo quando os bancos centrais voltarem a diminuir as taxas de juros aquecendo os mercados de renda variável.”
O levantamento mensal realizado pela Bitypreço compara o desempenho do Bitcoin e Ethereum a partir da análise de negociações em sua plataforma, que reúne as 28 principais corretoras que atuam no mercado brasileiro, além do próprio marketplace.