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Trabalho sobre duas rodas: Aumento traz desafio na redução de acidentes
À medida que o trabalho com motos se expande, os acidentes e suas consequências para os motociclistas tornam-se um problema urgente, alerta Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico
Há tempos, a motocicleta vem sendo não apenas um meio de transporte escolhido para quem deseja mais agilidade de locomoção, mas também uma ferramenta de trabalho.
Documentos, comida, remédios e outras mercadorias — boa parte dessas entregas é feita sobre duas rodas. O serviço de transporte de passageiros por mototáxi também vem ganhando cada vez mais espaço nas cidades brasileiras.
Levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostrou que, no ano passado, a venda de motos atingiu 1.875.903 unidades emplacadas. O volume representa um aumento de 18,6% em comparação a 2023, quando 1.581.521 motocicletas foram vendidas.
A alta da circulação tem refletido em alarmantes estatísticas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de atendimentos ambulatoriais de motociclistas acidentados em 2024 foi de 79.710, um aumento de 126% em relação aos 35.221 casos registrados em 2023. Esse crescimento expressivo reforça a necessidade de políticas de prevenção e conscientização, especialmente no contexto do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e do Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, ambos celebrados em 28 de abril.
As consequências de acidentes de moto impactam não só na saúde dos motociclistas, mas também nas finanças públicas e na sociedade como um todo, pontua o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Robinson Esteves.
“A maioria dos acidentes de moto resulta em lesões graves, principalmente nas extremidades do corpo. Fraturas de fêmur, tíbia, fíbula, fraturas de bacia e lesões na coluna vertebral são algumas das mais comuns”, fala. “Lesões traumáticas cerebrais, como contusões e traumatismos cranianos, também estão entre os casos mais frequentes”, acrescenta.
O especialista lembra que essas lesões, além de graves, exigem tratamentos médicos intensivos e longos períodos de recuperação, o que representa uma sobrecarga para o sistema de saúde. “Em muitos casos, as vítimas ficam com sequelas permanentes, o que aumenta o custo com reabilitação e assistência médica ao longo dos anos. O impacto social é igualmente profundo, com muitas dessas vítimas incapazes de voltar ao trabalho, afetando diretamente suas famílias e a economia”, salienta.
Embora as motocicletas sejam uma solução prática e econômica para muitos trabalhadores, Esteves pontua que é essencial que tanto o poder público quanto as empresas ofereçam condições para que esses profissionais possam trabalhar de forma segura. “A segurança no trânsito é uma responsabilidade compartilhada, o que inclui desde a educação no trânsito até a infraestrutura e a fiscalização rigorosa. Com a crescente inserção de motocicletas no cenário urbano, a urgência em adotar medidas de prevenção nunca foi tão grande”, fala. “A implementação de políticas públicas eficazes, aliada à conscientização de motoristas e motociclistas, é fundamental para garantir um trânsito mais seguro e minimizar os impactos negativos para a sociedade”, conclui.
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