A sessão da Câmara desta terça-feira (8) em Santa Bárbara teve momentos acalorados durante a discussão de requerimento no qual o vereador Felipe Corá (PL) solicitava a convocação do secretário municipal de Saúde, Marcos Pensuti, para discutir a demora no atendimento do Pronto-Socorro, a falta de insumos e medicamentos, além do agravamento da dengue. O vereador Alex Dantas (PL), também da base do governo Rafael Piovezan (PL), apresentou um parecer jurídico questionando a clareza do requerimento, alegando que ele seria ‘genérico’ e sem direcionamento.
Diante da situação, Corá pediu a suspensão da sessão, o que foi aceito por todos os parlamentares. A interrupção durou aproximadamente uma hora e gerou um impasse interno na Câmara. Em seguida houve bate-boca e gritos entre várias pessoas. Corá era o mais exaltado, chegando a bater na mesa e apontar o dedo pra outros vereadores e assessores. Corá falou em “rasgar o diploma de vereador”. Já Esther Moraes (PV) pedia o retorno da sessão para a população ver “a estrutura da Câmara sendo usada pra proteger a Prefeitura”.
No requerimento, que depois acabou aprovado, o vereador quer explicações sobre a superlotação e demora no atendimento dos Prontos-Socorros, as ações de combate à dengue no ambiente hospitalar e a falta de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Corá alega que existem muitos relatos de longas esperas e falta de assistência adequada aos pacientes. Além disso, quer do secretário esclarecimentos a respeito de quais medidas estão sendo adotadas para reorganizar o atendimento e garantir equipes completas nos plantões.
Convocação de secretário de Saúde e CPI
Felipe Corá ainda destaca a necessidade de um plano emergencial contra a dengue, devido ao aumento expressivo de casos na cidade. O veredor cobra informações sobre os protocolos adotados para evitar surtos dentro dos hospitais e unidades de saúde. Outro ponto abordado é a falta de medicamentos essenciais nas UBSs, o que vem prejudicando a população que depende desses insumos para seus tratamentos. O parlamentar quer detalhes sobre os motivos da escassez e quais medidas a Secretaria Municipal de Saúde está tomando para normalizar o abastecimento.
“A gente tem recebido inúmeras reclamações de pessoas que aguardam por sete, oito horas o atendimento nos Prontos-socorros da nossa cidade. E a gente sabe ainda da epidemia de dengue”, apontou Felipe Corá. “Qual a dificuldade de ter o secretário de saúde aqui? O que tem a esconder?”, questionou o vereador, que alegou ‘manobra’ de colegas – a quem chamou de “office-boys do prefeito” – para barrar a convocação. “A saúde não é prioridade pra este governo”, finalizou.
O vereador se defendeu da acusação do colega. “A proposta era pra fazer convite e não convocação. Mas em nenhum momento quero impedir ele (o secretário) de vir aqui”, frisou. Na sequência, o parlamentar fez um mea culpa. “Foi inexperiência minha. Apenas três meses de mandato”, admitou. “Não queria ter causado esse transtorno na Câmara. Os vereadores têm a prerrogativa, por ser o ‘parachoque’ da população. E o secretário deve dar explicações”, completou.
Junto de outros vereadores, Corá ainda protocolou nesta terça-feira (8) requerimento para criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e apurar possíveis irregularidades sobre a demora e superlotação do atendimento nos Prontos-Socorros do município. No documento, o autor cita a convocação do secretário de Saúde e pretende solicitar a formação da Comissão Especial a ser composta por cinco vereadores, com 90 dias de prazo para conclusão dos trabalhos.