A forte valorização do Dólar se deve às preocupações com a política, com a possibilidade do Congresso Nacional manter ou rejeitar vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos que gerem despesas e integram a chamada pauta-bomba.
No cenário internacional, há expectativas sobre o anúncio do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de aumentar os juros básicos, que atualmente estão próximos de zero.
Antes das 10 horas da manhã, a moeda norte-americana avançava 1,24% e chegou a ser negociada a R$ 4,03. Esta é a maior cotação do dólar desde a criação do Real, em 1994.
Até hoje, a máxima histórica da moeda americana foi em outubro de 2002, quando bateu R$ 3,98.
“Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o país quase ingovernável do ponto de vista fiscal”, afirmou à Reuters o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
Investidores temem sobretudo que o Congresso derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o reajuste das contas públicas e alimentando apostas de que o país pode perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor’s.
Com a forte valorização do dólar, a expectativa é que o Banco Central intervenha com a rolagem dos swaps cambiais, uma vez que a cotação mais alta pressiona ainda mais a inflação.
Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o Real na história. E não anunciou leilão de linha para esta sessão até o momento.
“(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz MAIS PRE??O”, escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
Os swaps cambiais vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
(Com informações da Reuters)