Mesmo com a intervenção do Banco Central (BC), o dólar passou de R$ 5,60 em mais um dia de nervosismo no mercado financeiro. A bolsa de valores voltou a cair e teve a pior semana em 11 meses.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (26) vendido a R$ 5,606, com alta de R$ 0,092 (+1,66%). Durante a manhã, a cotação operou próxima da estabilidade, mas disparou a partir das 11h30, até fechar na máxima do dia.

O BC interveio no mercado pelo segundo dia consecutivo e vendeu US$ 740 milhões das reservas cambiais. A operação, no entanto, foi insuficiente para acalmar o mercado. No maior nível desde 4 de novembro, quando tinha fechado em R$ 5,65, o dólar encerrou fevereiro com alta de 2,39%.

A turbulência também se manifestou no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 110.035 pontos, com recuo de 1,98%. No menor nível desde 24 de novembro, o indicador caiu 7,09% apenas nesta semana e encerrou fevereiro com queda de 4,37%.

As ações da Petrobras, que enfrenta um processo de troca de comando, voltaram a cair. Os papéis ordinários (com voto em assembleia de acionistas) caíram 3,11%. As ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) recuaram 4,1%. Os papéis da empresa são os mais negociados na bolsa de valores.

O mercado financeiro enfrenta tensões tanto no cenário doméstico como no internacional. No nível doméstico, além das incertezas em relação à política de preços da Petrobras, as negociações em torno das medidas de ajuste fiscal que servirão de contrapartida à recriação do auxílio emergencial influenciaram as negociações.

Hoje, o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, senador Márcio Bittar (MDB-AC), confirmou a retirada do dispositivo que extinguiria o piso dos gastos em saúde e educação. O texto será votado na próxima terça-feira (2).

No exterior, o aumento no rendimento dos títulos públicos norte-americanos está pressionando para cima o valor do dólar em todo o planeta. Considerados os investimentos mais seguros do mundo, os papéis do Tesouro dos Estados Unidos tornaram-se mais atrativos nesta semana, o que provoca a fuga de capitais de investimentos de maior risco e a retirada de recursos de países emergentes, como o Brasil.

Com informações Agência Brasil