Esse é o título do livro autobiográfico do pastor Antônio Munhoz, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Campo de Americana, que faleceu dia 18, e resume perfeitamente sua vida e ministério. Neste mês de julho, dia 24, completaria 33 anos de sua obra na cidade e região. Tinha uma grande admiração por esse grande homem de Deus, que tive a alegria de conhecer há 30 anos.
Pastor Munhoz foi um dos maiores expoentes da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, reconhecimento que é fruto da seriedade na pregação de um evangelho genuíno, cheio de poder e transformação de vidas. Com sua visão de líder espiritual, se dedicava também a um importante trabalho social na recuperação de dependentes de drogas com a clínica O Bom Samaritano.
Era bacharel em teologia, membro da mesa diretora da Confradesp (Confraternização das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo), tinha vários títulos, como de cidadão americanense, barbarense, piacatuense, e de comendador da Ordem Internacional dos Jornalistas. A Câmara de Americana instituiu em 2013 a entrega da medalha Pastor Antônio Munhoz, homenageando pessoas e instituições que se destacam na área social e mobilização popular.
Quando chegou em Americana, em novembro de 1984, o trabalho era pequeno, com poucas congregações e algo em torno de 700 membros. Com todo entusiasmo que lhe era característico, o pastor Munhoz iniciou as atividades e viu crescer ao longo dos anos esse ministério muito abençoado, buscando sempre sabedoria e a direção de Deus. Atualmente são mais de 100 templos e salões distribuídos nas cidades de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d´Oeste, somando mais de 20 mil membros.
Como bom administrador, enfrentou ainda o desafio de construir o templo sede, na rua Carioba, com capacidade para 10 mil pessoas sentadas, possibilitando a realização de eventos regionais e estaduais.
De origem humilde, a história de vida do pastor Munhoz, desde sua infância, é muito bonita. Seus pais eram imigrantes, sua mãe italiana e seu pai espanhol, e se conheceram no navio durante a viajem para o Brasil. Casaram-se e estabeleceram-se em Itupeva, próximo a Jundiaí. Seu pai comprou um sítio e toda a família foi criada na roça. Antônio Munhoz começou a trabalhar aos 7 anos e ficou no sítio até os 19 anos, quando sua família mudou-se para São Caetano do Sul e ele foi trabalhar na indústria.
Ele contava que um dia ganhou uma Bíblia de um crente Batista e passou 12 anos lendo esse livro, o que mudou a sua vida. Quando mudou-se para Santo André, pela proximidade com os parentes que já eram da Assembleia de Deus, aceitou ir ao culto e naquela noite de 27 de maio de 1964 todos da família se converteram e Deus o chamou para o ministério de pastor.
Nesses 30 anos de amizade, tive o privilégio de testemunhar tudo aquilo que o pastor Munhoz fez como um líder espiritual correto e sério, como homem, pai de família, respeitado em todo Brasil, que soube honrar a missão que Deus lhe confiou. Sem dúvida um líder usado por Deus, que pode completar seu ministério aqui na terra citando o que o apóstolo Paulo disse: ???Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. Sentiremos saudades!
* Chico Sardelli é deputado estadual pelo Partido Verde