O Novo Ensino Médio terá formação mais voltada para o empreendedorismo, a investigação científica, os processos criativos e a mediação e intervenção sociocultural. Estes são os eixos que vão orientar os chamados itinerários formativos, ou seja, as atividades que os estudantes poderão escolher. O modelo deverá ser implementado nas escolas públicas e privadas do país até 2021.
Os eixos que servirão de referência para a estruturação dos itinerários formativos estão em portaria publicada nesta sexta-feira (5) pelo Ministério da Educação (MEC). A publicação oficial foi feita nesta segunda-feira (8).
Para Dudu Obregon, autor da disciplina LIGA – Empreendedorismo Criativo ofertada pela Mind Makers, o ensino de empreendedorismo representa um passo importante com o contexto de ensino atual e as exigências do mercado de trabalho. ???Criatividade, interesse e autonomia são competências importantes a serem desenvolvidas ainda na escola. As aulas de empreendedorismo despertam esse lado inventivo e contribuem para uma formação mais completa dos estudantes???, explica.
Pioneira na implantação do Pensamento Computacional em escolas de todo o Brasil, a Mind Makers passou a oferecer em 2018 a disciplina Empreendedorismo Criativo para estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental II ao 3º ano do Ensino Médio com objetivo de expandir o aprendizado escolar. O projeto já é aplicado a cerca de dois mil estudantes no país.
???Só aprendemos a empreender empreendendo, por isso o contato com dinâmicas e projetos reais no Ensino Médio auxilia na construção do pensamento crítico, capaz de solucionar problemas, desenvolver projetos e de aprimorar ideias???. Nesse contexto, é válido ressaltar que o empreendedorismo é uma habilidade que pode potencializar vários aspectos da vida, não se restringindo ao contexto profissional e acadêmico.
Segundo Obregon, empreender não significa que precisamos necessariamente abrir uma empresa. ???Se você desenvolve um projeto social, você está empreendendo. Organizar uma festa surpresa também é empreendedorismo???. A ideia é que os estudantes pensem e adotem soluções para problemas reais da humanidade no século XXI. ???As aulas funcionam como um programa preparatório, incentivando na formação de ???resolvedores de problemas??????, aponta.
Ele reforça a importância do estudante trabalhar com atividades verdadeiras e coerentes para o mundo: ???Nós incentivamos que os alunos elaborem projetos que estejam calcados nos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU???. O foco é criar a consciência de cidadania e lembrá-los de que suas ideias podem colaborar para mudanças significativas na sociedade. O aprendizado é feito a partir desses projetos e conceitos de Startup e Design Thinking.
Assim, o professor também ressignifica seu papel em sala de aula e se torna um mentor e facilitador para cada um dos projetos desenvolvidos pelos grupos. Obregon relembra alguns: ???Um dos grupos decidiu aplicar games e jogos nos livros de leitura obrigatória da escola para ajudar nos estudos. Outros estudantes estão criando uma rádio para facilitar a comunicação da escola. As meninas de um colégio escreveram post its com elogios umas às outras para exercitar a sororidade e a empatia???, finaliza.
As aulas de empreendedorismo criativo, conclui, não só despertam o ???espírito empreendedor??? como incentivam os alunos a atuarem como agentes da mudança, impactando positivamente na comunidade escolar e na sociedade como um todo.