da DWBrasil- A desvalorização do euro ao longo do último ano, agravada por quedas ainda mais acentuadas desde o final de junho, fez com que a moeda europeia atingisse a paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos nesta terça-feira (12/07).
O impacto da guerra na Ucrânia e as medidas relativamente tímidas do Banco Central Europeu para combater a inflação são alguns dos motivos para a queda. Somam-se a esses fatores o risco de uma recessão na União Europeia (UE), segundo especialistas do Banco Central Europeu (BCE), além das crescentes taxas de juros impostas pelo Banco Central Americano (Fed).
“Há pouco apoio para o euro no momento”, afirma a economista Sarah Hewin, do banco britânico Standard Chartered. Além da ameaça de suspensão completa do fornecimento de gás a partir da Rússia, de acordo com ela, pode haver divergências dentro do BCE sobre um possível aumento da taxa de juros.
“A expectativa geral é de que o Fed aumente a taxa de juros em 0,75 ponto percentual ainda neste mês [de julho], ao mesmo tempo em que há sinais incertos do BCE em relação à crise do gás”, analisa.
Alguns especialistas avaliam que uma moeda enfraquecida pode ter algumas vantagens, principalmente em relação às exportações. Produtos domésticos ficam mais baratos no exterior, o que impulsiona as vendas. Ao mesmo tempo, no entanto, o poder de compra também é exportado para o exterior, o que faz com que seja possível adquirir produtos alemães e europeus mais baratos.
A vantagem para as empresas exportadoras locais só existe enquanto os empresários alemães fabricarem seus produtos inteiramente na Alemanha ou na zona do euro e depois os exportarem, diz Sonja Marten, especialista em câmbio do DZ-Bank.
“Uma vez que eles comprem produtos primários de países de fora da UE ou que sejam produzidos usando muita energia, esse cálculo deixa de fazer sentido”, projeta Marten, apontando que as fontes energéticas costumam ser faturadas em dólares.