da ESPN- Existe um lugar que ainda faz despertar no imaginário gremista a mais profunda saudade e nostalgia. Olímpico Monumental é o seu nome e, segundo as informações mundanas do cotidiano, dos jornais, as racionais, os fatos, ele ainda segue de pé devido às negociações que envolvem Grêmio e OAS. Eu sou um sonhador e prefiro a poesia. Pobre do ser humano que vive sem o lúdico. Cambaleando, mas experiente e sábio, percebeu que o seu ciclo tinha acabado. Mas reza a lenda que o Velho Casarão, definhando, sobreviveu ao tempo por outros motivos.
Um estádio que viu o Grêmio ganhar tudo o que se possa imaginar. Mundial, Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, enfim, o Olímpico viu o seu Memorial encher ano após ano com incontáveis vitórias e conquistas. Um estádio que viu o Grêmio perder e o seu torcedor chorar em muitas derrotas traumatizantes. Pois é assim que se forja um clube e a sua cancha. Sonhos, delírios, glórias, loucuras, lágrimas, entre outros sentimentos que se misturam na essência do que é ser gremista.
O Olímpico Monumental estava preocupado. Não porque desconfiava da grandiosidade da Arena, e isso até o mais saudoso torcedor do Velho Casarão reconhece. O estádio da Azenha, vivendo os seus últimos dias, queria partir só quando tivesse a certeza de que o Grêmio estava trilhando um bom caminho. A convicção veio na noite desta quarta-feira. A antiga casa gremista agora tem certeza que deixou o Tricolor em boas mãos. O penta da Copa do Brasil veio e agora o Olímpico pode finalmente descansar em paz. Estará para sempre em nossos corações e mentes.
O jejum de grandes títulos, que vinha desde 2001, finalmente acabou. E tenho a pretensão de dizer que, embora cada decepção tenha trazido lágrimas e sofrimento, elas foram importantes para forjar e consolidar a torcida mais fanática do Brasil e uma das mais apaixonadas do mundo. Não precisamos de títulos para amar o Grêmio; ser gremista é um modo de levar a vida, uma ideologia, um movimento que ultrapassou os limites do futebol, um país, enfim, uma religião.