Uma rápida ação da GCM (Guarda Civil Municipal) de Nova Odessa ao atender uma ocorrência de estelionato no último dia 29/03 permitiu que a Polícia Civil identificasse três suspeitos de aplicar o “golpe do cupim” na cidade, e prendesse dois deles na manhã da última segunda-feira (19/04), em Piracicaba. Um terceiro suspeito também tem mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, a pedido do delegado Diego Bini e sua equipe, e é considerado procurado. “Outras diligências estão sendo realizadas com a finalidade de prendê-lo”, garantiu o delegado.
Isto porque, na ocorrência de março, a vítima – um morador do Jardim Santa Rosa – anotou as características e as placas dos dois veículos utilizados pelos suspeitos, uma VW Parati de cor preta e um VW Santana Quantum, ambos com placas de Piracicaba, além de um número de telefone celular que supostamente seria de um dos integrantes do bando.
A GCM foi acionada e, de posse das informações, realizou um patrulhamento pela cidade e conseguiu localizar rapidamente os veículos antes que eles deixassem a cidade. Os suspeitos foram abordados e parados para averiguação. O trio foi devidamente identificado pelos guardas municipais.
Toda a ocorrência foi então registrada então junto à Polícia Civil de Nova Odessa, que assumiu as investigações e concluiu por pedir, semana passada, a prisão dos suspeitos – que foi concedida pela juíza Michelli Vieira do Lago Ruesta Changman, da 2ª Vara de Nova Odessa, no último dia 16/04.
Finalmente, na última segunda-feira, a Polícia Civil de Nova Odessa deflagrou a “Operação Tamanduá” (uma família de mamíferos da fauna brasileira que comem insetos, inclusive cupins), na qual dois dos três suspeitos foram localizados e detidos. O terceiro suspeito (R.O., de 33 anos) é considerado foragido. Todos são moradores de Piracicaba.
Foi preso em sua residência no Jardim Paulicéia o carpinteiro I.P.S, de 23 anos, enquanto o segundo suspeito, o também carpinteiro C.L.S., de 55 anos, também foi localizado, mas encontra-se internado e inconsciente, sob escolta policial. Também foram apreendidos celulares, três máquinas de cartão de débito e crédito, uniformes de uma empresa que seria fictícia, recibos e uma arma de air soft, além da VW Quantum CL 2000 ano 1989 de cor azul – o mesmo veículo cuja descrição feita por uma vítima ajudou na elucidação do caso.
O GOLPE
Segundo a GCM de Nova Odessa, os supostos estelionatários se passam por especialistas em controles de pragas e abusam da boa-fé das vítimas para subtrair valores. Até dez pessoas, geralmente idosas, podem ter sido vítimas recentes do grupo, que cobrava de R$ 6 mil a R$ 13 mil de cada uma.
No caso mais recente, por volta das 9h do dia 29/03, três pessoas foram até a residência da vítima, no Santa Rosa, e informaram que estavam fazendo um trabalho no telhado da empresa vizinha. O trio disse que o telhado da casa da vítima “poderia desabar”. Os golpistas conseguiram entrar na casa para “vistoriar o telhado”.
Em seguida, eles apresentaram um pedaço de madeira podre afirmando ser do telhado da casa da vítima, que estaria “infestado de cupins”. Com receio que o telhado realmente poderia desabar, o homem ligou para a esposa e acabou autorizou a realização do suposto serviço. O trio destacou que, para realizar o serviço, era preciso receber uma parte em dinheiro vivo e o restante, no cartão de crédito.
A vítima acabou pagando R$ 2,5 mil em dinheiro e efetuou o restante do pagamento com três cartões de crédito. Sem conhecimento do total de parcelas lançadas, pois a máquina não oferecia comprovante de papel, o trio aplicou no primeiro cartão 12 parcelas de R$ 341,25, no segundo parcelaram em cinco vezes de R$ 657,78 e no terceiro, mais 12 vezes de R$ 243,75, totalizando R$ 12.808,90.
Nenhum dos serviços foi realizado e tampouco foi apresentada nota fiscal ou qualquer outro documento. A vítima alegou que só descobriu o tamanho do “rombo” em seus cartões de crédito após solicitar os extratos bancários. “Eles já levavam o pedaço de madeira comprometido, que era exibido às vítimas. Eles simulavam que realizariam o conserto, que não era feito. Os investigados conseguiram levar altas quantias de R$ 6 mil a R$ 13 mil”, disse o delegado Diego Bini.