Após três anos de guerra na Ucrânia, o cenário global se transforma, mas sem vencedores.

O conflito, que teve início em fevereiro de 2022, resultou em milhares de mortes, destruição e impactos econômicos que ultrapassam fronteiras.

Para Gustavo Gumiero, mestre e doutor em Sociologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor do livro “Gritos da guerra: o conflito Rússia-Ucrânia na voz das mulheres que sofrem”, lançado em 2023 pela Editora Mostarda, a guerra parece se encaminhar para uma nova fase — ou para um desfecho ainda incerto.

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“A guerra parece estar chegando ao fim. Ou, pelo menos, à sua reta final. É o que esperam agora os líderes e as populações dos países afetados, mas também aqueles que sofreram as consequências indiretamente, através do aumento dos preços de itens básicos e do medo de uma escalada mundial. Não há vencedores, mas há milhares de perdedores. Vidas, almas que deveriam importar e ensinar. E a grande guerra do século XXI — pelo menos até aqui — foi sucedida por outra tão perversa quanto, que é o genocídio em Gaza”, comenta o escritor.

Guerra na Ucrânia 3 anos: conflito com final incerto, por G Gumiero

De acordo com o sociólogo, a Organização das Nações Unidas (ONU), que historicamente mediou conflitos, enfrenta um enfraquecimento e já não tem força para evitar novas crises. “As guerras têm se prolongado porque vemos os órgãos internacionais, como a ONU, sendo dilacerados, quando deveriam evitá-las. Paralelamente, temos a Europa, que é a grande derrotada neste conflito, um verdadeiro fantoche estadunidense. Como se estivesse sofrendo uma vingança do passado: a história perversa do colonialismo europeu, escondida e apagada, agora se revisita diante de seus cidadãos e cidadãs. Uma espécie de vingança histórica”, analisa Gumiero.

Os dados divulgados pela organização indicam que mais de 1,8 milhão de mulheres se tornaram deslocadas internas devido à violência dos confrontos, e 6,7 milhões delas necessitam de assistência humanitária. Além disso, os ataques frequentes no leste da Ucrânia resultaram em um aumento de 30% nas mortes de civis em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando 574 entre setembro e novembro de 2024.

“Enquanto se especula sobre o futuro, não podemos nos esquecer do presente: as vidas perdidas, as cidades destruídas, as famílias separadas. A guerra não termina com o cessar das bombas, mas com o tempo que levará para reconstruir o que foi perdido”, alerta o sociólogo.

Sobre Gustavo Gumiero:

Gustavo Gumiero, é mestre e doutor em Sociologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor dos livros “Gritos da guerra: o conflito Rússia-Ucrânia na voz das mulheres que sofrem” (2023) e “Pandemia no Brasil. Fatos, falhas e… atos” (2022), ambos da Editora Mostarda. Para mais informações: www.gustavogumiero.com.br

 

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