A bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), nunca antes vista em Americana, colocou o Hospital Municipal em alerta. Na manhã desta quinta feira, o médico infectologista, Dr. Arnaldo Gouveia Júnior, realizou uma coletiva de imprensa para esclarecer o caso.

BACT??RIA – Sem nenhum caso anterior em Americana, a bactéria KPC se aloja no intestino da pessoa e é resistente a antibióticos usuais. Para adquirir a bactéria, a pessoa precisa ter contato direto com alguém infectado e estar fazendo uso de fortes antibióticos – que normalmente matam todas as outras bactérias, sendo a KPC resistente a eles. Para quem não está fazendo uso de antibióticos, a bactéria é combatida naturalmente pelo organismo.   
 
CURA – O infectado, após se curar da doença que o levou até a UTI e terminar seu tratamento com os antibióticos, tem alta ainda com a bactéria, mas como não estará mais no tratamento com antibióticos, a própria flora intestinal “expulsará” a bactéria KPC em alguns meses.
 
VÍTIMAS EM AMERICANA – São sete, sendo dois óbitos – foi esclarecido que os óbitos não foram em consequência da bactéria, e sim por doenças de base graves – mas morreram com a bactéria, um na UTI, dois já tiveram alta e dois na enfermaria. A paciente que “trouxe” a bactéria deve ter alta ainda hoje.
 
CIRURGIAS – Pela incerteza dos casos e consequentemente não saber quantos leitos seriam necessários para pacientes infectados, as cirurgias eletivas foram suspensas. Como não apareceu novos casos nesta semana e os leitos não foram ocupados, as cirurgias devem voltar na próxima semana.
 
Segundo Dr. Arnaldo, exames estão sendo feitos semanalmente para detectar novos casos. Os exames feitos na semana passada não apontou nenhuma nova infecção. Hoje foram coletados materiais de mais 8 pessoas, e o resultado deve ficar pronto na próxima semana. Para que Americana esteja livre da bactéria, em 8 semanas não pode ser detectado novos casos.
 
CUIDADORES – Cada paciente infectado tem um cuidador apenas para ele. Como a bactéria tem como residência a pessoa e não o ambiente, segundo Dr. Arnaldo, todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.
 
A bactéria KPC veio de Bragança Paulista em uma paciente americanense. Vitima de um AVC, ela foi realizar um exame em Bragança e contraiu a bactéria.