Natural da região metropolitana de São Paulo, saudável, lúcido e extremamente educado, Cleber conta que em 2016, após uma demissão, ele precisou sair da cidade de Rio Claro e seguiu a pé pela Rodovia Anhanguera em direção à capital.

Mas, durante um dia de muito frio, ele precisou procurar abrigo e entrou em Americana.

Por longos anos Cleber assistiu o sol nascer e partir deitado numa lâmina de aço de 30 centímetros por 1,5m, bem ali, no coração da cidade.

Em todo esse tempo ele recebeu ajuda e aceitou algumas oportunidades de emprego. Uma delas, no início de 2022. Ocasião em que deixou o local e passou a ser acolhido num lar temporário, onde dormia, se alimentava e tinha chuveiro quente.

Os trabalhos foram concluídos e há três semanas ele precisou voltar para as ruas. Sem familiares, ele diz que se sente seguro onde está, recusa vaga em instituições e abrigos, mas está disponível para propostas de emprego.

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No momento, sua maior necessidade é uma barraca. Aliás, ele reforçou o pedido pelo equipamento cinco vezes. “Realmente iria me ajudar muito nas horas de chuva e frio”, disse.

Cleber conta que quando está calor ele não gosta de almoçar, apenas janta e por conta disso, com muita humildade, pediu para que quem puder doar lanches leves, bolacha, suco, pode ficar à vontade.

Um outro pedido registrado foi por uma blusa impermeável, por conta de um problema de pele que ele sofre e que o obriga a passar o dia todo com blusa de manga longa, mas que quando chove, infelizmente ele não consegue trocá-la.

Apesar das condições adversas, foram dez ou quinze minutos de uma conversa sincera e simpática, de um rapaz que se mostra (até certo ponto) feliz e disposto a recomeçar, assim que possível.

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