A diretoria da ADunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp) se posicionou publicamente contra a abertura, na Câmara Federal, do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef, com a divulgação esta semana da “Moção pela institucionalidade democrática”.
Na moção, a diretoria da ADunicamp questiona a legitimidade dos autores e a forma como foi deflagrado o processo de impeachment: “Na condição de Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha utiliza a ameaça de impeachment como chantagem expressa para evitar seu próprio julgamento no Conselho de ??tica, onde há acusações sólidas e provas contundentes que o desmoralizam por completo. Cunha não tem legitimidade sequer para seguir como deputado”, diz a moção.
A moção faz duras críticas à política econômica de Dilma, mas argumenta que eles não podem ser o motivo para uma quebra institucional de tal magnitude e gravidade.
“?? importante ressaltar que o Governo Federal tem assumido posturas e práticas indefensáveis, marcadas por um ajuste fiscal que joga a conta da crise econômica nas costas dos trabalhadores, aí inclusos os docentes das Universidades Públicas. O ANDES e, com ele, a ADunicamp, têm combatido essa política através de todos os canais de que dispõem”, diz o texto.
De acordo com a moção, o processo de impeachment, da forma como foi deflagrado na Câmara, é um retrocesso político. “Dentre as forças sociais e políticas que apoiam o impeachment, destacam-se aquelas que pedem a volta da ditadura militar e têm por ícones figuras como Cunha, Bolsonaro e Malafaia. Nesse cenário, o impeachment significaria o fortalecimento da ofensiva conservadora e do caldo de intolerância que têm marcado a atuação desses setores”.