A inadimplência nos pagamentos de taxas condominiais no Estado de São Paulo caiu abaixo de 2%, pela primeira vez, atingindo 1,88% em maio. O patamar é o novo mínimo da série histórica do levantamento da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), iniciado em 2004. O menor índice registrado até então havia chegado a 2,17%, em março deste ano.
De acordo com o Índice Periódico de Mora e Inadimplência Condominial (IPEMIC), medido pela entidade, a taxa de maio deste ano caiu quase pela metade ante maio de 2020, em que o indicador ficou em 3,39%, com algum efeito do impacto econômico causado pela pandemia. Em maio de 2019, o índice apurou percentual de 2,90%. A AABIC considera para cálculo da inadimplência os valores de boletos de taxas condominiais emitidos e não pagos até a data do vencimento por três meses seguidos.
Segundo o presidente da AABIC, José Roberto Graiche Júnior, a redução no IPEMIC revela que condôminos adaptaram os orçamentos à sua capacidade de honrar compromissos, mesmo com o agravamento da crise econômica por efeito da segunda onda da pandemia. Além disso, avalia o dirigente, com o enfrentamento de uma onda mais agressiva da Covid-19 em 2021 e as medidas mais restritivas de circulação adotadas no ano, os moradores passaram a valorizar mais a permanência em home office e também os serviços de manutenção dos condomínios.
“A pandemia fez com que os condôminos ficassem mais tempo onde moram, o que ajudou a estimular a percepção da importância de qualidade e bem-estar nos locais em que residem”, explica Graiche Júnior. Segundo ele, os serviços prestados nos condomínios também têm relação direta com a qualidade de vida das pessoas. “O pagamento da taxa condominial é sempre fundamental, pois é utilizada para manutenção das áreas comuns, limpeza, segurança, atendimento e preservação e outros serviços em geral”, ressalta.
No consolidado do ano, de janeiro a maio, o IPEMIC mostra que a inadimplência média no período está também no menor patamar histórico da série, iniciada há 17 anos. A média do índice em 2021 até maio alcançou o percentual de 2,30%, contra média de 2,88% registrado em igual período de 2020 e 2,93% em 2019. “Hoje, o boleto condominial já faz parte da programação financeira das famílias e a tendência é que o número de devedores continue caindo nos próximos meses”, diz o presidente da AABIC.