O número de empresas com contas em atraso e registradas nos cadastros de devedores cresceu 4,22% em novembro de 2019, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Apesar da alta, o dado sinaliza uma desaceleração na quantidade de atrasos. Em novembro de 2018, o crescimento havia sido de 9,01% e em outubro de 2019, a alta constatada foi de 5,55%. Os dados foram apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Outro número que reforça a perda de folego da inadimplência entre as empresas é que em novembro houve uma queda de -0,74% no volume de dívidas não pagas em nome de pessoas jurídicas. Em igual período do ano passado, fora verificado uma alta de 6,84% no crescimento das dívidas atrasadas.
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o crescimento desacelerado da inadimplência é resultado da melhora gradual da economia. No entanto, as dificuldades persistem por se tratar de uma evolução que caminha a passos lentos. “Dados mais recentes da economia sinalizam uma melhora gradual das concessões de crédito no mercado, inclusive com juros menores com a Selic menor. A pequena diminuição do desemprego e a lenta retomada da renda dos trabalhadores também são fatores que podem ter aliviado o caixa das empresas, fazendo com que o volume de atrasos cresça a um ritmo menor do que em anos anteriores. Ainda assim, há uma considerável distância entre os níveis atuais de faturamento dos diversos setores e os que antecedem a crise, fator que cria dificuldades para os empresários manterem seus compromissos financeiros em dia”, afirma o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
O crescimento mais modesto do número de empresas negativadas em novembro foi puxado por três regiões que apresentaram alta abaixo da média nacional, como a pequena variação de 0,05% do Nordeste, alta de 3,57% no Norte e 2,93% no Centro-Oeste. Já no Sudeste, a alta foi de 4,97% no volume de empresas inadimplentes, enquanto no Sul houve um crescimento de 7,89%, a maior entre as regiões pesquisadas.
Inadimplência de empresas de serviços cresce 7,13%
Entre os segmentos devedores, a alta mais expressiva ficou com o setor de serviços, que apresentou crescimento de 7,13%. Em seguida aparecem o comércio (1,61%) e o ramo das indústrias (1,35%), com alta abaixo da média geral.
Considerando os setores credores, ou seja, apenas as empresas que deixaram de receber por uma dívida, observou-se queda -2,50% no número de pendências devidas à indústria e um pequeno recuo de -0,49% no segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras. A única alta ficou por conta das empresas do comércio, cujo avanço em novembro foi de 1,18%. De modo geral, cada empresa inadimplente possui duas dividas registradas no banco de devedores, sendo que a soma total das dívidas chega a uma média de R$ 5.517,07, valor que é 1% inferior ao observado em outubro.