A indefinição envolvendo o grupo Nicoletti começa a ecoar também no setor imobiliário de Americana. O NM apurou, com exclusividade, que dezenas de imóveis ligados ao grupo estariam atualmente sob restrições judiciais, em razão de uma decisão recente que determinou o bloqueio de bens. Na última semana, o processo passou a tramitar sob segredo de Justiça.
Corretores da região — que pediram anonimato — relatam que o mercado já sente os primeiros reflexos. Há uma percepção de retração na oferta de imóveis em áreas valorizadas da cidade, consequência direta do travamento de operações envolvendo patrimônios relevantes associados ao grupo familiar.
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Fontes ligadas ao setor estimam que a família Nicoletti detenha centenas de imóveis na cidade, especialmente em regiões de alto valor comercial, o que reforça a expectativa de impactos mais amplos no mercado caso a situação se prolongue.
O que chama atenção é o momento em que o processo foi colocado sob sigilo: pouco após a publicação, pelo próprio NM, da decisão de bloqueio e das informações patrimoniais relacionadas à empresa. A medida levanta questionamentos sobre a retirada de transparência em um caso que envolve disputa societária, suspeitas de fraude e a movimentação de um extenso patrimônio.
Litígio no grupo Nicoletti
Fontes próximas ao caso relatam que o litígio teve origem em reorganizações societárias que levantaram suspeitas de fraude, resultando na exclusão de uma das sócias, o que intensificou o conflito interno e gerou dúvidas quanto à lisura das alterações feitas no controle da empresa.
Na sequência, teria ocorrido uma reorganização dos bens familiares por meio de holdings, offshores e outras estruturas jurídicas. As informações foram obtidas antes da decretação do segredo de justiça, e constam nos autos do processo judicial que trata da disputa.
Um massacre societário que, embora travado nos autos, evidencia a remoção deliberada de uma sócia ligada por vínculos familiares — afastada para manter o patrimônio concentrado no núcleo de comando.