Segundo a OMS (últimos dados são de 2018), no mundo, há cerca de 50 milhões de pessoas com diagnóstico de infertilidade onde, desses, oito milhões são brasileiros.
Planejar, sonhar e escolher o momento certo para ter filhos é normal para a maioria das mulheres e homens. Porém, há um grupo de pessoas e casais que não têm essa mesma facilidade, seja por alguma doença congênita, adquirida ou acometida durante os primeiros anos de vida. A infertilidade atinge cerca de 15% da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
JUNHO é – justamente – o Mês Mundial da Conscientização da Infertilidade, criado pela American Infertility Association (AIA) e com anuência da OMS para conscientizar pessoas e sociedades, ao redor do mundo, para um tema tão sensível que mexe diretamente com autoestima, crenças socioculturais e religiosas limitantes, falta de informação e vergonha.
“Há várias causas, e a proporção de fatores masculinos e femininos é semelhante, sendo que cerca de 30% são relacionadas a fatores femininos, 30% aos masculinos e 30% em ambos. Os 10% restantes referem-se a situações em que não é detectada alteração alguma, chamados de infertilidade sem causa aparente”, ressalta a ginecologista Dra. Carla Iaconelli, especialista em reprodução humana.
A ciência reprodutiva desenvolveu-se muito nos últimos 30 anos. Casos antes irreversíveis até a década de 1990, hoje já tem sucesso com técnicas como a Fertilização In Vitro. Segundo a OMS (últimos dados são de 2018), no mundo, há cerca de 50 milhões de pessoas com diagnóstico de infertilidade onde, desses, 8 milhões são brasileiros.
Os tratamentos propostos à infertilidade são:
– Coito programado;
– Inseminação artificial;
– Fertilização in vitro;
– Doação de óvulos e de espermatozoides.
E quanto Custa um tratamento? O preço estimado varia entre R$ 15.000 e R$ 25.000. Normalmente, esse valor está estimado os hormônios indutores da ovulação, medicamentos adquiridos nos laboratórios têm custo entre R$ 1.000 a cerca de R$ 8.000. Há também os custos com a punção dos óvulos, manipulação do sêmen e com os profissionais envolvidos nessa fase, que varia de R$ 6.000 a R$ 10.000. E por fim, o custo da criopreservação que varia de R$ 2.000 a R$ 2.500, além do valor mensal para o armazenamento desse material que fica em torno dos RS 100 ao mês.
Conheça todos os CENÁRIOS de infertilidade e como buscar alternativas:
– Mulheres e o congelamento de óvulos: “Cerca de 10% das mulheres inférteis são portadoras de Endometriose. Essa doença causa o crescimento do revestimento interno do útero para fora do seu local original (na cavidade uterina), se espalhando e atingindo intestino, bexiga, trompas e ovários, causando dor e infertilidade”, explica Dra. Carla.
Segundo a especialista em reprodução humana, essa doença diminui as chances de engravidar entre 36% e 12%. A taxa mês de fecundidade de mulheres com 20-30 anos fica em torno dos 25%. Depois dos 35 anos, cai para menos de 10%. A partir de 40 anos, a queda da função reprodutiva é muito grande. De forma, o ideal é a mulher fazer o congelamento de óvulos entre os 31 a 35 anos. As mulheres na faixa entre 36-40 anos também podem ser beneficiadas, porém com resultados menores de gestações. E com 40 a 50 anos, o sucesso da técnica é mais raro, pois a fertilidade está na fase de rápido declínio.
Dra.Carla conta que os homens inférteis que podem gerar filhos. Dentre as causas frequentes de esterilidade está a Varicocele (varizes na região escrotal), responsável por 40% dos casos (o diagnostico é por simples exame físico). Há também a Falência Testicular Primária, Infecções Seminais, Criptorquidia (testículos fora da bolsa testicular), Obstruções do Epidídimo (ou canal deferente) e Disfunções Hormonais. A evolução das técnicas de Reprodução Assistida permite que muitos problemas seminais sejam resolvidos, dando condições ao homem ter filhos. As técnicas são: Processamento do Sêmen para Inseminação Artificial e a Fertilização In Vitro com ICSI (onde se injeta um único espermatozoide dentro do óvulo).
– Cirurgia bariátrica e Obesidade – Homens que tem excesso de peso têm a diminuição de espermatozoides, por causa da obesidade. Quanto maior o peso (o índice de massa corpórea – IMC), maior a alteração seminal. E com cirurgia bariátrica, onde há perda muito rápida de peso, causa mudança drástica do metabolismo, isso atinge os testículos podendo causar Azoospermia (sem espermatozoide) após esse procedimento.
– Pessoas que tiveram Câncer – Dentre efeitos negativos dos tratamentos de câncer é a infertilidade. Há, porém, inúmeras formas de preservação da fertilidade, dentre eles, o método mais garantido e eficaz é o congelamento de óvulos ou embriões, feito antes da quimioterapia.
“Nas Mulheres, a coleta de óvulos é posterior ao estímulo ovariano controlado, o procedimento pode levar três semanas. Entretanto, é preciso avaliar pois o estímulo ovariano se dá com altas doses de hormônios que podem estimular o crescimento de tumores sensíveis, como cânceres de mama e do endométrio. Essa estimulação ovariana é alternativa apenas para mulheres sem tumores sensíveis a hormônios ou quando o tratamento de câncer não é imediatamente iniciado após o diagnóstico. Há outras estratégias como o estímulo ovariano modificados que são mais rápidos, sendo apenas 10 a 12 dias. No entanto, o congelamento de embriões acaba sendo um método disponível apenas para pacientes que tenham parceiro do sexo masculino ou a intenção de utilizar sêmen de doador”, finaliza Dra. Carla Iaconelli.