Despertar o interesse das crianças nascidas na era da internet é um desafio para as escolas, que tiveram que reinventar o modelo educacional, explorando cada vez mais a interatividade, experiências e descobertas, já que as novas tecnologias disponíveis tornaram os pequenos nativos digitais. Um estudo realizado pela startup israelense Matific, com 60 mil alunos das escolas públicas e privadas, mostrou que 91% dos estudantes aprendem mais quando utilizam recursos tecnológicos, como jogos virtuais, por exemplo.
A gamificação, como é conhecida, usa a estratégia dos jogos virtuais para tornar o estudo mais eficaz e atrativo. De forma interativa e lúdica, os games e o uso da internet nas salas de aulas contextualizam as metodologias tradicionais e potencializam o aprendizado, possibilitando o desenvolvimento da atenção, concentração, coordenação motora, criatividade para elaboração de textos, desenhos e do raciocínio lógico, além de incentivar o trabalho em equipe e a colaboração, fazendo com que se apliquem para superar novos desafios e, com isso, aprendam enquanto se divertem.
Dessa forma, o aluno deixa de ser apenas um agente passivo em sala de aula para ser um participante ativo em todo o processo de aprendizagem. ???A fórmula de sucesso das escolas do século XXI certamente envolve proporcionar mais autonomia e independência às crianças que, orientados por um professor ciente de seu novo papel, conduz os estudantes por um caminho em que, a cada descoberta, novas perguntas surgem, em um processo incessante de aprimoramento e busca por novos horizontes???, explica o coordenador de tecnologia educacional da Sphere International School, João Luís Machado.
A Sphere International School implementou na grade curricular jogos virtuais com objetivo de estimular o estudo por meio da diversão e já vem sentindo os resultados entre os estudantes. ???A gamificação gera um maior interesse e participação dos alunos e, isso é um ganho evidente. Os games auxiliam as crianças a lidar com a vitória e a derrota, a frustração e o êxito, a existência de regras, o compartilhamento de espaços e atribuições quando jogado com parceiros, a necessidade de criar estratégias e resolver problemas, e é por meio dessas situações virtuais que eles compreendem e lidam com momentos da vida presencial???, explica o coordenador.
?? importante ressaltar ainda que a escola e a família têm papéis importantes para que haja uma troca positiva entre o uso da tecnologia e do aprendizado. ?? preciso mediar, indicar recursos adequados, monitorar o uso, definir regras para que isso aconteça, evitar abusos e fazer com que os alunos/filhos não fiquem somente conectados, mas tenham experiências presenciais importantes e de valor para sua formação e crescimento em paralelo, destacando a importância do real, presencial e, também, do virtual???, completa Machado.