Uma data solene é, por força do contexto, uma diferença. Muitos se perguntam se haveria um por quê de se celebrar um grupo de pessoas, ou uma atividade, em um dia especial. 

O sentido da diferença, em especial nesta sexta-feira, Dia Internacional da Mulher, não é o de marcar uma diferença, mas nos motivar para a necessidade de lutarmos pela igualdade de direitos. A diferença, neste 8 de março, aponta para o caminho inverso da discriminação, o caminho do respeito, da deferência, dirigida a quem precisa ter seu direito e dignidade reconhecidos.
Esse dia comemora um momento trágico na história da humanidade. Usamos muitas vezes a palavra comemoração como sinônimo de festa, mas aqui o sentido é outro, é o de lembrarmos coletivamente de um fato, de modo a refletirmos e nos conscientizarmos de uma necessidade.
Operárias de nova iorque protestavam por melhores condições de trabalho e foram brutalmente reprimidas. Isso ocorreu no dia 8 de março de 1857 e o fato abalou profundamente a consciência da classe trabalhadora e das lideranças políticas em todos os pontos do mundo. A solidariedade internacional terminou por eleger este dia como o momento de refletirmos, e de passarmos da intenção para as atitudes, em relação à dignidade da mulher.
Hoje as reivindicações mudaram na forma e no contexto, mas se mantém na essência, a luta pelo respeito, pelo reconhecimento do valor da mulher no mundo do trabalho e na vida social. São mães, trabalhadoras e líderes que nos inspiram e ajudam a moldar nossa cidade, nosso estado, nosso país, nosso planeta.
O Brasil tem hoje uma presidenta, que simboliza o tanto que já se conquistou nos direitos da mulher, mas há ainda mais um longo caminho a se percorrer. Elas marcam nossas vidas, mentes e corações e nos inspiram com suas palavras e gestos. Não tenho como deixar de citar aqui minha mãe, Maria José, minha esposa Sandra e minhas filhas, além de tantas outras mulheres de minha família, assim como amigas e companheiras de trabalho que nos ajudam nas missões que deus nos reserva no cotidiano.
Como não lembrar e saudar o convívio, a contribuição e o exemplo de pessoas como Sílvia Bellucci, fundadora do Centro Corsini de Campinas recentemente falecida, da doutora Sílvia Brandalise, uma campeã no combate ao câncer que luta por nossas crianças e adolescentes no centro infantil boldrini, da poetisa Maria José Morais Pupo Nogueira, expoente das nossas artes, da combativa deputada Célia Leão, das secretárias municipais Emmanuelle Garrido Alkmin; Kellye Ribas Machado; Sílvia Faria e Solange Villon Kohn Pelicer, sem citar tantas outras que fazem parte de nossas vidas.
Vamos fazer da diferença deste dia 8 de março a inspiração necessária para transformarmos todo nosso carinho, amor e admiração pelas mulheres em ações práticas, por meio de políticas públicas que estabeleçam a igualdade e o respeito para com elas.