REFORMA TRIBUTÁRIA E GUERRA FISCAL: PSDB X PT

O Cauê era muito novinho ainda e não sabe. Numa certa noite em 1998 os trabalhadores de uma grande fiação e tecelagem de Santa Bárbara (a Campo Belo do Grupo Vicunha), chegou e começou a levar seus funcionários para o seu Grêmio Recreativo aqui no Centro da Cidade, no inicio da Rua José Bonifácio. Não era comemoração, churrasco ou jogo de futebol em seu mini-campo. Era demissão em massa, não pela crise do setor têxtil na era Fernando Henrique do seu partido (PSDB), que quase acabou com o setor e demitiu milhares de trabalhadores nas nossas cidades (principalmente Americana e Santa Bárbara). Era apenas uma transferência para o Ceará, fruto desta GUERRA FISCAL que V. Exa. deputado Cauê falou. Lá o governador na época era o Tasso Jereissati (Ex-Presidente Nacional do PSDB e Senador) e lá o ICMS já é tinha alícotas bem menores que o nosso estado de São Paulo e ainda oferecia muitas outras vantagens para que empresas de São Paulo se mudassem para lá e isso sim era GUERRA FISCAL. 
Poderia falar aqui de diversos exemplos de GUERRA FISCAL, porém vou falar apenas de mais um, que ocorreu aqui ao nosso lado, em Minas Gerais e por acaso o governador na época também era TUCANO (o hoje Senador Eduardo Azeredo, também Ex-Presidente Nacional do PSDB e criador do MENSAL??O TUCANO DE MINAS GERAIS, junto com a SMP&B e o Sr. Marcos Valério). No caso o governo de Minas oferecia terras a preço de banana, ICMS bem mais baixo que o de São Paulo e outras vantagens para que nossas Usinas de Açúcar e Álcool transferissem suas unidades pro estado mineiro de seu presidenciável Senador Aécio Neves.
E o pior disso tudo é que o Brasil era governado por Fernando Henrique Cardoso de São Paulo e Mário Covas e seu pai pai já era deputado fazia tempo e ninguém pra defender o nosso estado, a nossa arrecadação, a nossa indústria e os empregos dos nossos trabalhadores.
Em 2002, logo após vencer as eleições e mesmo antes de assumir a presidência do Brasil, Lula ligou pessoalmente para todos os governadores eleitos e pediu que indicassem seus principais assessores para discutir e elaborar um projeto de REFORMA TRIBUTÁRIA, e todos os governadores eleitos dos 27 estados indicaram seus representantes e o projeto foi elaborado por estes representantes (o de São Paulo era o economista Hioshiaky Nakano, indicado pelo seu governador reeleito Geraldo Alkimim, que veio a ser o Secretário de Fazenda daquele governo). 
O ante-projeto elaborado por todos estes representantes e os técnicos do futuro governo federal de Lula, foi enviado a todos os governadores, para novos estudos e retornado a esta mesma equipe, após as considerações de todos os governadores eleitos.
Em seguida já em abril de 2003 Lula e todos os governadores já no início do mandato, em ato simbólico, dada a importância deste projeto para o país, atravessaram a Praça dos Três Poderes e foram ao Congresso Nacional entregar um verdadeiro projeto de REFORMA TRIBUTÁRIA que efetivamente acabaria com a GUERRA FISCAL e iniciaria uma nova era pra vida do país, porém no dia seguinte o governador Geraldo Alkimim se alia a outros governadores e começa a bombardear o projeto, se aliando aqueles que queriam manter a GUERRA FISCAL e aqueles que diziam, como São Paulo que não poderiam perder receita.
O PSDB não tem proposta, não tem e não teve coragem pra fazer a REFORMA TRIBUTÁRIA e num período em que a economia mundial estava de vento em popa, conseguiu quebrar nossa economia 3 vezes e desempregar milhões de trabalhadores, quando governavam o Brasil e o Estado de São Paulo concomitantemente. 
Hoje mesmo com a economia mundial cambaleando (crise na Zona do Euro, Estados Unidos patinando e Japão com crescimento negativo), o Brasil é o segundo país do mundo em volume de recebimento de investimentos externos, inclusive para o estado de São Paulo e continuamos a gerar milhões de empregos novos todos os anos (neste quesito somos os campeões) e é isso que garante a continuidade do crescimento vertiginoso da arrecadação do nosso estado, que infelizmente não investe em políticas de segurança, educação e saúde pública, dentro de seus deveres, além de pagar os piores salários aos nossos professores, policiais e profissionais da saúde. 
LUIS VANDERLEI LARGUESA, Presidente do Diretório Municipal do P.T. de Santa Bárbara d’Oeste.