O trabalho de monitoramento da febre maculosa desenvolvido pela Secretaria de Saúde de Americana chamou a atenção de pesquisadores. O veterinário José Brites Neto, responsável pelo Programa de Vigilância e Controle de Carrapatos (PVCE), foi convidado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) a integrar a equipe que realizará um amplo estudo sobre o assunto, em nível nacional.
 Além do doutor Brites, participarão do projeto pesquisadores ligados a renomados institutos de pesquisa de todo o Brasil, como Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) de São Paulo e de Mogi Guaçu; Embrapa (Centro de Pesquisas Agropecuárias do Pantanal), sediada em Corumbá (MS); CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura), de Piracicaba; e as universidades Federal de Uberlândia, Federal do Mato Grosso, USP, ESALQ, Federal de São Carlos e Federal de Viçosa. ???Estamos orgulhosos com o convite, pois é uma prova de que estamos realizando um bom trabalho, reconhecido, inclusive, por especialistas de uma das maiores universidades do País. Além disso, Americana contribui, com o estudo, para o progresso científico na área de saúde. E todo conhecimento acaba retornando para um melhor atendimento à população, nosso principal objetivo???, afirmou o secretário de Saúde, Fabrizio Bordon. O médico veterinário, coordenador do PVVC e doutorando em Microbiologia Agrícola pela Esalq-USP, dr. José Brites Neto, atenta para a questão de que a escolha de Americana deveu-se ao fato de o município já estar organizado na busca de respostas para o controle da doença. “Qualquer proposta resolutiva ao problema só pode ser concebida através de pesquisa e de dados devidamente comprovados cientificamente. Só assim poderemos ter um real conhecimento do eixo transmissor capivara-carrapato-ser humano e, consequentemente, adotar medidas eficazes para o controle da febre maculosa”, disse. A Febre Maculosa Brasileira é uma doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato estrela (Amblyomma cajennense) é o principal vetor na América Latina. Segundo o documento da USP, no Brasil foram registrados 737 casos de febre maculosa, entre 1989 e 2008. A região Sudeste registrou a maioria dos casos (591). No Estado de São Paulo, houve 555 casos de 1985 a 2012. O projeto será dividido em vários subprojetos, e Americana fará parte do estudo da dinâmica populacional de capivaras e carrapatos em áreas endêmicas. O local escolhido para o desenvolvimento da pesquisa foi o Sobrado Velho. A escolha se baseou em números oficiais da Secretaria Estadual de Saúde que atestam que, de 2004 a 2012, houve oito casos confirmados de febre maculosa em Americana, cinco deles na região do Sobrado Velho, onde há populações estabelecidas de capivaras.