Uma pesquisa feita pela Ebit|Nielsen apurou os efeitos da pandemia no comércio online. Somente no primeiro semestre de 2020 mais de sete milhões de pessoas compraram online pela primeira vez — praticamente o total de 2019.
Por oferecerem conveniência real aos consumidores, nos últimos anos o número de marketplaces explodiu. De acordo com o Gartner, 75% das compras serão feitas por este meio até 2022.
E realmente o modelo está em alta! De acordo com um estudo do Retail Index, entre os 10 sites mais populares de comércio no mundo, 7 deles são marketplaces. E o que justifica tanto sucesso? Os marketplaces oferecem vantagens tanto para consumidores quanto para vendedores.
Para os compradores, uma grande variedade de produtos e serviços, ao mesmo tempo que disponibiliza aos vendedores acesso a milhões de clientes em potencial. Uma oportunidade de ouro principalmente para os pequenos negócios, que têm menos condições de investirem em marketing e em uma infraestrutura para tornarem seus negócios virtuais conhecidos e confiáveis.
Comprar online tornou-se um reflexo do consumo e os clientes têm grandes expectativas em termos de escolha. Essa tendência não dá sinais de desacelerar e os marketplaces são ainda mais populares por serem regulamentados – um ambiente seguro que gera muitos benefícios principalmente para os pequenos negócios que ainda não são digitais.
É a oportunidade de analisar uma excelente oportunidade: ter as portas da loja abertas 24 horas por dia, 7 dias da semana. E o melhor: atendendo não apenas o consumidor do bairro, mas do Brasil inteiro.
Hoje o consumidor não tem tempo e/ou paciência para procurar em muitos sites o que deseja. É muito mais simples e cômodo encontrar diversos fornecedores e valores em apenas um local – e esse é um dos principais atrativos de um marketplace. É uma variedade muito mais ampla do que qualquer loja poderia oferecer.
O marketplace é responsável pela relação entre compradores e vendedores. A segurança das transações também faz parte de sua responsabilidade. O gerenciamento de pagamentos é, portanto, fundamental para o sucesso de um marketplace.
Existem três tipos de marketplaces. O vertical vende produtos de várias fontes, mas todos eles têm do mesmo tipo. Por exemplo, o AirBnB, que comercializa hospedagem e a Vem de Bolo, primeiro marketplace desse tipo de doce no Brasil.
Já um marketplace horizontal vende produtos de muitos tipos, mas todos compartilham uma característica. Os melhores exemplos são o Elo7, especializado em reunir artesãos e oferecer produtos personalizados e o GetNinjas, que conecta prestadores de serviços domésticos, de saúde ou manutenção a quem precisa.
Um mercado global vende tudo. É impossível falar de marketplace e não se lembrar de nomes como Mercado Livre, Shoppe e OLX, entre tantos outros. Apenas o Mercado Livre tem 211 milhões de usuários na América Latina e mais de 10 milhões de vendedores, que incluem desde pessoas físicas a grandes marcas. A cada segundo, nove vendas são realizadas na plataforma.
Segundo dados da GfK, de 10 consumidores digitais, dois compraram pela primeira vez na internet no ano passado. E, desses 10, um deles manteve a quantidade de pedidos online e seis aumentaram suas aquisições.
É comum no setor de varejo que novos conceitos explodam e proliferem. O que também é comum é que depois de um tempo, ocorra um movimento de acomodação e apenas os melhores sobrevivam.
Aqueles que não conseguirem acabarão perdendo participação de mercado e, eventualmente, desaparecerão. Sobreviverão os que tiverem maior eficácia, criando valor e benefícios para os consumidores.
*João Moretti é consultor na área de tecnologia, CEO da Moretti Soluções Digitais, presidente da ABIDs e fundador e sócio das startups AgregaTech, AgregaLog, Rodobank, Paybi e outros. Mais informações em https://www.linkedin.com/in/jmoretti70/