BBC- Sob os holofotes desde o início da onda de protestos no Brasil, o coletivo de jornalismo Mídia Ninja (Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação) faz planos ambiciosos para o futuro.
“O nosso ideal é ajudar a criar uma rede financeiramente viável que dê conta não só da demanda do público por informação de qualidade, mas também da oferta de jornalistas que não encontram vagas no mercado ou que estão sendo despedidos das grandes redações”, disse à BBC Brasil o jornalista Bruno Torturra, um dos membros do grupo em São Paulo.
O primeiro passo começa nesta semana, com o lançamento de uma campanha de financiamento coletivo para dar estrutura a equipes de produção e, em seguida, do site oficial do coletivo, que deve reunir conteúdo de grupos espalhados por todo o país.
Além da organização do conteúdo de centenas de fotografias e horas de vídeos documentando as manifestações, o grupo também pretende responder aos pedidos do público e dos críticos por mais textos e material editado pelos jornalistas ??? um desafio para quem tem milhares de colaboradores e afirma não ter uma linha editorial única. “A gente tem uma teia”, diz Torturra.
Financiamento
A popularidade também aumentou os questionamentos sobre o financiamento das operações do grupo. A Mídia Ninja, de acordo com Torturra, conta somente com parte dos recursos da rede Fora do Eixo e com o investimento voluntário da sua própria equipe.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o produtor cultural Pablo Capilé, um dos fundadores do Fora do Eixo, afirmou que a rede é autogestionada ??? arrecada dinheiro através de eventos e atividades organizadas pelos coletivos e por editais ou licitações públicas. O dinheiro de editais, no entanto, seria equivaleria a entre 3% e 7% do caixa.